Na cidade de Bristol, no sudoeste da Inglaterra, o transporte público ganhou um toque ecológico e inusitado: alguns ônibus circulam movidos a biometano — um combustível gerado a partir de restos de comida e resíduos humanos.
Essa iniciativa transforma lixo em energia limpa e coloca Bristol na vanguarda das cidades que apostam em mobilidade sustentável e economia circular.
Como funcionam os ônibus movidos a restos de comida?
O combustível usado é o biogás, produzido por meio da digestão anaeróbica de materiais orgânicos. Isso inclui:
- Sobras de comida coletadas em residências e restaurantes
- Resíduos alimentares industriais
- Até esgoto doméstico, como fezes humanas
Esses materiais são processados em plantas de biogás que geram biometano, um gás purificado que pode ser usado como combustível veicular.
Os ônibus abastecidos com esse gás:
- Emitem até 30% menos CO₂ do que ônibus a diesel
- Têm funcionamento silencioso e com menos poluentes
- Podem rodar até 300 km com o equivalente ao lixo orgânico de cinco pessoas por um ano

Por que Bristol adotou essa tecnologia?
Bristol é reconhecida como uma cidade verde e inovadora, eleita a Capital Verde Europeia em 2015. A adoção dos “Bio-Bus” faz parte de um esforço maior para:
- Reduzir a pegada de carbono da cidade
- Incentivar o reaproveitamento de resíduos urbanos
- Promover fontes alternativas de energia
- Criar um modelo de mobilidade urbana eficiente e sustentável
O projeto foi idealizado pela empresa GENeco, que também abastece carros e até residências com o biogás gerado a partir do esgoto local.
Curiosidades sobre os Bio-Bus de Bristol
- O primeiro ônibus movido a fezes do mundo foi lançado em Bristol em 2014.
- O veículo ganhou o apelido de “Poo Bus” e virou atração internacional.
- O gás é inodoro, pois é purificado antes do uso, e o desempenho do veículo é equivalente ao de modelos convencionais.
- A cidade está investindo para expandir a frota de veículos sustentáveis.
- Além dos ônibus, o biogás também é usado para gerar eletricidade e aquecimento em casas.
Bristol mostra que até o que normalmente seria descartado pode virar solução energética, transformando lixo em combustível e movendo uma cidade com criatividade e consciência ambiental.