Hoje é o último dia de festividade no Teatro Nacional Claudio Santoro. Desde quarta-feira (18), o espaço tem recebido eventos especiais para celebrar a reabertura do local. Com apresentações de artistas locais e nacionais, além da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), a ocasião é esperada pelos brasilienses há 10 anos.
Para a Secretaria de Cultura e Economia Criativa, a reabertura trata-se mais do que uma obra exitosa. "É devolver para a população do DF o maior equipamento cultural do país, não só em tamanho, em proporção, mas em grandiosidade e representatividade. Estamos muito felizes, emocionados e gratos ao GDF pela parceria e pela possibilidade de fazer parte deste momento histórico", destacou a pasta.
As obras de restauração iniciaram há dois anos, pela Sala Martins Pena e seu respectivo foyer. O Teatro Nacional Claudio Santoro foi fechado em 2014, no rastro da tragédia da Boate Kiss, pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e pelo Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) por descumprimento das diretrizes previstas na legislação. Foram constatadas mais de 100 irregularidades.
Localizado no Setor Cultural Norte, próximo à Rodoviária, é um marco do Eixo Monumental e o principal equipamento cultural de Brasília. Um dos destaques da reabertura trata-se da Sala Martins Pena, que terá a sua capacidade ampliada. Serão 480 lugares, sendo 470 poltronas e os demais em áreas específicas para cadeirantes e pessoas com deficiência visual com apoio de cão-guia.
Poltronas, carpetes e cortinas originais foram substituídos devido à presença de materiais inflamáveis na composição. Além disso, os banheiros foram reformados e se tornaram acessíveis, duas saídas de emergência foram construídas, a área expositiva foi recuperada para se tornar um memorial, e todo o sistema de ventilação e iluminação foi atualizado. Todas as mudanças foram feitas respeitando a originalidade do projeto.
O investimento na primeira etapa foi de R$ 70 milhões. Para as próximas fases, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou R$ 320 milhões para contemplar a Sala Villa-Lobos, o Espaço Dercy Gonçalves, a Sala Alberto Nepomuceno e o anexo.
Reinauguração da Sala Martins Pena
A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro abriu as comemorações da reestreia da Sala Martins Pena, do Teatro Nacional. Um dos convidados, o tenor brasileiro Thiago Arancam, exaltou o retorno da Martins Pena. "Venho sempre cantar em Brasília, mas é a primeira vez que entro no teatro. Ver o local todo reestruturado, bonito e tecnológico na capital do meu país e estar nesta ocasião me deixa muito feliz", destacou.
História do Teatro Nacional
O Teatro Nacional Claudio Santoro (TNCS) foi projetado em 1958 por Oscar Niemeyer, com colaboração do pintor e cenógrafo Aldo Calvo, para ser o principal equipamento cultural da nova capital do Brasil. Chamado inicialmente de “Teatro Nacional de Brasília”, a partir de 1989 passou a se chamar oficialmente “Teatro Nacional Claudio Santoro”, em homenagem ao maestro e compositor que fundou a orquestra do Teatro em 1979 e dirigiu-a até sua morte em 1989.
O TNCS é integrado pelos seguintes espaços:
- Sala Villa-Lobos: inaugurada em 1981, a sala Villa-Lobos é a principal sala do Teatro e a única sala de ópera e ballet da cidade. Com capacidade de 1.407 lugares, sua área possui um palco de 450 m², com 17 m de abertura e 25 m de profundidade, além de 2 elevadores, 7 camarins e salas de ensaio.
- Foyer da Sala Villa-Lobos: o Foyer é composto pelo piso do acesso principal do Teatro, entre os níveis superior e inferior da Plataforma da Rodoviária, com mezanino, sob a fachada oeste do edifício, e dá acesso à Sala Villa-Lobos e à sala Alberto Nepomuceno. Além da escada helicoidal que leva ao mezanino, uma obra de arte em si, ainda integram o Foyer obras de Alfredo Ceschiatti, Mariane Perreti, Athos Bulcão e os jardins de Burle Marx.
- Sala Martins Pena: inaugurada oficialmente em 1966, possui capacidade de 407 lugares, palco de 235 m², com 12 m de abertura e 15 de profundidade, 1 elevador e 15 camarins. No foyer, conta com painel de azulejos de Athos Bulcão e é bastante utilizada para exposições. Possui um busto de Ludwig Van Beethoven, doado pela Embaixada da Alemanha. Destina-se a saraus, performances, lançamentos de livros, coquetéis e exposições, com área de 412 m².
- Foyer da Sala Martins Pena: conta com painel de azulejos de Athos Bulcão e é bastante utilizado para exposições. Possui um busto de Ludwig Van Beethoven, doado pela Embaixada da Alemanha. Destina-se a saraus, performances, lançamentos de livros, coquetéis e exposições, com área de 412 m².
- Sala Alberto Nepomuceno: inaugurada em 1979, tem capacidade de 95 lugares, palco de 14 m² e camarins. Sua entrada também se dá pelo Foyer da Sala Villa-Lobos.
- Espaço Cultural Dercy Gonçalves: projetado originalmente para ser um restaurante panorâmico, que chegou a funcionar por pouco tempo, o Espaço foi inaugurado em 2000 com a presença da própria Dercy Gonçalves. Tem 840 m², dos quais 500 m² de área útil, com ampla copa e capacidade para 300 pessoas.
- Anexo do Teatro Nacional: inaugurado 1981, foi projetado e construído por Milton Ramos, convocado por Niemeyer para detalhar e executar a obra inacabada do Teatro. Com 15 mil m², essa área passou a abrigar a sede da Fundação de Cultura do DF e, posteriormente, da Secretaria de Estado de Cultura do DF.