Chuvas reforçam a necessidade de agir contra a dengue no DF

Além do suporte do Governo do Distrito Federal (GDF), a população deve estar atenta ao combate dos criadouros do mosquito Aedes aegypti

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postado em 18/11/2024 11:23
    -  (crédito: Joel Rodrigues/ Agência Brasília)
- (crédito: Joel Rodrigues/ Agência Brasília)

De acordo com a Secretaria de Saúde (SES/DF), o boletim epidemiológico mais recente da pasta indicou que foram notificados 319.330 casos suspeitos de dengue, dos quais 282.252 eram prováveis. Sabe-se que, com o retorno da estação chuvosa, há um aumento da proliferação do Aedes aegypti. Para evitar que a população seja atingida com a enfermidade, de fevereiro a outubro, a capital registrou a aplicação de 100 mil doses de vacinas contra a doença. 

Pequeno, de cor escura e com listras brancas no corpo e nas pernas, o mosquito reproduz em água parada, o que significa que qualquer recipiente pode se tornar um criadouro, como vasos de plantas, pneus e até mesmo garrafas. Ao longo do ano, outras iniciativas também foram adotadas para a prevenção. Durante o período de seca, por exemplo, houve uma intensificação de estratégias para evitar a incidência de casos na região. 

Agora, com as chuvas, o combate aos criadouros torna-se prioridade. Por essa razão, a população deve estar atenta à necessidade de colocar areia nos pratinhos de plantas, limpar calhas das casas, cobrir pneus velhos, tampar caixas d’água, acondicionar bem o lixo, limpar o quintal, descartar entulho em locais apropriados.

  • Matheus H. Souza/Agência Brasília
  • Joel Rodrigues/ Agência Brasília
  • Matheus H. Souza/Agência Brasília

Medidas públicas também estão sendo adotadas por diferentes entidades. Recentemente, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) iniciou uma série de visitas às administrações regionais do Distrito Federal com o objetivo de consolidar parcerias em ações de educação ambiental e ampliar a divulgação de informações de interesse público, como a importância do descarte correto de resíduos. 

O início das movimentações foi no Itapoã e no Paranoá. "Na parceria com a SES/DF, tivemos todas as informações dos setores que mais tiveram casos. Com base nessas informações, a gente começou as ações. O objetivo maior é fazer a limpeza da nossa cidade para que esses criadouros não facilitem que o mosquito se prolifere e traga mais doenças para os nossos moradores", informa Josiane Freitas, coordenadora de Obras e Manutenção da administração do Itapoã.

O mutirão de limpeza mobilizou os moradores. Com a iniciativa, o Governo do Distrito Federal retirou, até o momento, mais de 1,5 mil de toneladas de entulho. A ação reúne órgãos como a Vigilância Ambiental, Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal). 

"Colocamos do lado de fora de casa uma mesa, uma pia e um sofá. Agora estou mais tranquila de ter tirado os entulhos dentro de casa, que podiam causar bicho e proliferar doenças", conta Maria Eunice, moradora da região há mais de três décadas. 

Jefferson Teixeira também avaliou positivamente a iniciatva. Segundo o motorista, a estratégia do GDF o auxiliou na separação dos entulhos de obras que estavam no quintal da sua casa. "Já tinha um tempo que eu estava me organizando para contratar um frete, mas com a ação, além de economizar, foi possível descartar o lixo de uma forma regularizada, sem trazer risco à natureza e nem à população", ressalta.

Limpeza urbana

Em Sobradinho II, o GDF deu início ao mutirão de recolhimento de inservíveis.  Com apoio de quatro caminhões que passarão pelas ruas da cidade, haverá a coleta de entulhos, móveis velhos e galhadas até o mês de dezembro. Os moradores são orientados a deixar os materiais de descarte em frente às residências nos dias indicados e a incentivar os vizinhos a participarem da ação.

"Eu tinha muita coisa para jogar fora. Era um sofá velho, umas madeiras soltas… Joguei tudo para fora e, quando o caminhão passou, eles levaram", informa a costureira Maria das Graças Ferreira.

Sintomas de dengue? 

Segundo a Secretaria de Saúde (SES/DF), deve-se procurar atendimento na unidade básica de saúde (UBS) ao sentir sintomas como dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, mal-estar, fadiga, perda de apetite e náuseas associados a febre de 38 graus e manchas avermelhadas pelo corpo. 

(foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília)

Na unidade básica, o usuário será recepcionado por um profissional da enfermagem que fará a avaliação dos sintomas e o teste PCR que identifica o tipo de vírus. Caso a doença seja diagnosticada, o paciente será notificado e receberá um cartão de acompanhamento com orientações, sinais de alerta e data para retornar à unidade para uma segunda avaliação. Se necessário, o paciente poderá iniciar a hidratação venosa em uma das 176 unidades básicas e receber um pacote de hidratação oral para a continuidade em casa. 

"Fui atendida rapidamente, com solicitação de exame de sangue e, por estar desidratada, recebi soro e vitaminas. Retornei a cada três dias para reavaliação das plaquetas e acompanhamento dos exames. O atendimento foi ágil e extremamente cuidadoso, com medicação intravenosa para minha recuperação", informa Mariana Ângelo, diagnosticada com dengue e com o acompanhamento realizado UBS de Vicente Pires. 

No entanto, casos considerados mais graves são direcionados para a unidade de pronto atendimento (UPA). Dores intensas na barriga, vômitos persistentes, sangramentos no nariz, na boca ou nas fezes, tonturas e cansaço extremo são sinais de alerta. 

 

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