Sol Nascente: em transição para se tornar uma cidade completa

Os investimentos feitos em infraestrutura e na implementação de diversos serviços e políticas públicas estão transformando a região após 20 anos de abandono

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postado em 19/12/2023 00:00 / atualizado em 19/12/2023 10:14
Escola Classe Jk, no Sol Nascente/Pôr do Sol -  (crédito: Joel Rodrigues/Agência Brasília)
Escola Classe Jk, no Sol Nascente/Pôr do Sol - (crédito: Joel Rodrigues/Agência Brasília)

Matéria escrita por Gabriella Collodetti, jornalista do CB Brands - Estúdio de conteúdo do Correio Braziliense

Nos anos 2000, a região do Sol Nascente contava com um pouco mais de sete mil moradores. Em uma década, o número chegou a 75 mil. Em decorrência do seu crescimento natural, a região possui uma população de 95 mil pessoas. Hoje, muitas mudanças estão sendo realizadas na cidade para deixá-la mais preparada para população, sobretudo em infraestrutura e segurança.

Com investimentos de mais de R$ 600 milhões, o Sol Nascente está se transformando para oferecer mais qualidade de vida para os seus moradores. Desse investimento, R$ 282 milhões se destinam às obras de infraestrutura nos três trechos (I, II e III), sendo R$ 156 milhões já aplicados.

O restante se distribui em serviços de saneamento básico, duas creches já entregues, um conselho tutelar em funcionamento, uma rodoviária em fase final de obra, uma unidade da Casa da Mulher Brasileira a ser construída e o segundo restaurante comunitário da cidade, já inaugurado.

Raul Vinicius, que morou na região até 2016, visitou a cidade no mês de setembro. “Fiquei impressionado com as melhorias. Agora, os moradores podem contar com calçadas e ruas mais asfaltadas. Também reparei que investiram na construção de um posto de saúde e de uma escola, o que vai auxiliar bastante a população. Fico feliz com esses avanços. O Sol Nascente, por muitos anos, não recebia assistências, mas vejo que as coisas estão mudando positivamente”, celebra.

Embora a formação da cidade tenha sido decorrente de ocupação desordenada, a região ficou sem suporte para se desenvolver e sem investimentos significativos. Contudo, muitas modificações mais significativas começaram a ocorrer em 2019, quando o Governo do Distrito Federal (GDF) passou a denominar a cidade como região administrativa e a direcionar esforços para mudar a realidade de desamparo que perdurava por mais de 20 anos.

Com os avanços, o Sol Nascente está se transformando em uma cidade completa, deixando de ser a maior favela do Brasil e passando a oferecer mais qualidade de vida para a população. Uma das iniciativas que ganhou destaque recentemente veio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab-DF), que convocou os moradores de 332 imóveis para realizar a titulação de suas casas.

Outras ações também têm beneficiado a população. A drenagem nas ruas reduz os riscos com alagamentos, enchentes e processos erosivos além de contribuir para a captação das águas pluviais e melhor controle do fluxo que chega às bacias de contenção e desaguam no Rio Melchior, que fica entre Ceilândia e Samambaia, na região que inclui ainda o Sol Nascente/Pôr do Sol.

A nova pavimentação, meios-fios e calçadas, melhorou a circulação de pessoas e o acesso a serviços como a coleta de lixo, o transporte público, Correios, segurança pública e saúde.

Com as obras divididas por trechos, um dos grandes desafios é afetar o mínimo possível o dia a dia dos moradores mantendo a eficiência das entregas. Mesmo com os percalços, as obras têm gerado resultados positivos.

A cidade está se transformando e gerando orgulho na população. “Ficamos orgulhosos de morar na cidade desde o início e poder testemunhar de perto as melhorias realizadas pelo governo aqui”, diz o comerciante Fábio José da Silva.

Os trechos I e II tiveram 100% dos serviços de infraestrutura executados com pavimentação asfáltica, drenagem, instalação de meios-fios, construção de calçadas, sinalização horizontal e vertical, além de bacias de detenção. Agora, é a vez do trecho III.

“Estamos muito felizes. O Sol Nascente foi onde criei meus filhos, onde estabeleci meu comércio. É um sonho concretizado. Antigamente, sofríamos muito com a poeira e, quando chovia, a água vinha toda para cá, trazendo lama e lixo. Agora, com as obras, será muito bom, vai melhorar muito”, avalia Ângela Prado, moradora do Trecho III e que acompanha de perto as modificações que estão sendo feitas na região.

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