Em 1946, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) criou o Serviço Social da Indústria (SESI) para a entidade planejar e executar medidas que contribuam, diretamente, para o bem-estar social dos trabalhadores na indústria e nas atividades assemelhadas, concorrendo para a melhoria do padrão de vida no país e, também, para o aperfeiçoamento moral e cívico, além do desenvolvimento do espírito da solidariedade entre as classes.
Com 18 serviços, entre cursos, diagnósticos e consultoria, o SESI busca apoiar as empresas na gestão da segurança, saúde do trabalhador, na avaliação do ambiente físico de trabalho, educação básica e continuada, saúde e segurança na indústria, cultura e cooperação social, na identificação de situações de risco e na criação de medidas de correção. O intuito é transformar vidas para uma indústria maiscompetitiva. Para que todo esse papel seja desenvolvido com êxito, foi instituído o Conselho Nacional do SESI.
"Temos por finalidade exercer o papel normativo, deliberativo e de fiscalização do Sesi, em especial, deliberando sobre estratégias institucionais com a geração de valor para o SESI, a indústria, os trabalhadores e a sociedade", explica Vagner Freitas, presidente do Conselho. Na prática, o CNSESI busca definir as diretrizes e fiscalizar os projetos e ações do conjunto das entidades de SESI existentes em todos os estados do país, respeitando a autonomia de cada unidade.
Segundo Vagner Freitas, o Conselho pautará as suas ações no sentido de incentivar a ampliação de ensino gratuito à sociedade, com o objetivo de preparar o Brasil para um processo de reindustrialização do país, o qual deve ocorrer já no formato da chamada revolução industrial 4.0.
Entrevista com Vagner Freitas, presidente do Conselho Nacional do SESI
Por que o Conselho Nacional do SESI foi criado e qual a sua importância?
O Serviço Social da Indústria (SESI), criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), tem por escopo estudar, planejar e executar medidas que contribuem para o bem-estar social dos trabalhadores na indústria. Os membros do Conselho de Representantes da CNI, assim que tomaram conhecimento do texto presidencial, aprovaram o 1º regulamento da instituição que compreendia um Conselho Nacional, um Departamento Nacional e Órgãos Regionais para atender todo o território nacional.
Mais tarde, em setembro de 1947, foi inaugurada a primeira sede do Conselho Nacional do SESI, em São Paulo. Dessa forma, o Conselho Nacional do SESI tem por finalidade exercer o papel normativo e deliberativo do SESI, a fim de contribuir nas decisões estratégicas institucionais e com a geração de valor para o SESI, a indústria, os trabalhadores e a sociedade.
Como o Conselho avalia o potencial da indústria no Brasil?
O Brasil vem convivendo, nos últimos 30 anos, com um processo acelerado de desindustrialização como efeito adverso da globalização da economia mundial. Entretanto, o atual cenário internacional sinaliza uma reversão de conceitos, onde haverá uma internalização de indústrias para diversos segmentos considerados estratégicos, como o de insumos para medicamentos, microchips e fertilizantes.
O Brasil dispõe de grandes estoques de insumos de matérias-primas básicas, de grandes e diversificadas fontes de potenciais energéticos, de capital humano desempregado, e, também, de uma grande escala de mercado consumidor. O país poderá avançar na industrialização tanto de produtos intensivos de mão de obra como também de ponta tecnológica. Já Brasília, deve seguir um modelo de indústria mais intensa em capital intelectual, menos dependente de água e energia.
Na avaliação do Conselho, quais as tendências da indústria para este ano?
Para este ano, a indústria nacional deve continuar com um baixo crescimento, decorrente principalmente da elevada taxa de juros imposta pelo Banco Central do Brasil, porém com o segmento mais atento às expectativas futuras de crescimento para os próximos anos.
De que forma a educação, a saúde e a segurança no trabalho podem ser otimizadas no Brasil?
O Brasil já dispõe de muitas estruturas instaladas no território nacional. Uma forma mais rápida e barata para o país seria ampliar o funcionamento destas atuais plantas para funcionamento noturno e de finais de semana, principalmente para atender comunidades mais carentes e micro e pequenas empresas. Também é interessante prever maiores investimentos públicos e do próprio Sistema ‘S’ no aprimoramento e formação dos profissionais dos setores.
Matéria escrita pela jornalista Gabriella Collodetti