Com o Brasil na liderança do G-20 desde o início de dezembro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) assume a importante missão de também comandar o B-20, tendo na agenda de diálogo o enfrentamento das mudanças climáticas e a descarbonização da economia, como prioridades. O G-20 é o grupo composto pelas 19 maiores economias do mundo mais a Uniao Europeia.
O B-20 conecta as comunidades empresariais aos governos do G-20, criado para debater questões sobre o crescimento econômico mundial sob a ótica da iniciativa privada. Cabe à CNI, desde 2010, representar o setor privado brasileiro no B-20. Agora, com a possibilidade de propor recomendações relevantes, não só para o âmbito interno, como para a tomada de decisões das demais comunidades empresariais do G-20.
As estratégias para avanço na direção de um futuro mais sustentável, apresentadas pela CNI na COP28, em Dubai, serão a base para proposições à área de negócios do G-20, pela CNI. Nesse sentido, Ricardo Alban, presidente da entidade, destacou em Encontro Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono os desafios da indústria nacional para a descarbonização da produção e necessidades tecnológicas e regulatórias:
"Devemos unir esforços em favor da neoindustrialização. A indústria brasileira reúne condições únicas para ser uma das líderes mundiais da baixa emissão de carbono e da sustentabilidade. Temos uma oportunidade ímpar, talvez a última desta geração, de revitalizar a indústria brasileira. Com um setor industrial mais inovador, dinâmico e competitivo, o Brasil poderá crescer de forma vigorosa e sustentável, e gerar a renda e os empregos necessários para melhorar a qualidade de vida da população."
Agenda climática
Para o presidente da CNI, o país vive um momento importante no processo de descarbonização e deve compartilhar suas experiências com outros países. Ele defendeucombate ao desmatamento ilegal, a recuperação de áreas degradadas para redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e destacou a necessidade da aprovação de marcos legais, como a regulamentação do mercado
de carbono.
"Devemos conhecer o valor econômico da nossa biodiversidade e propor políticas públicas que estimulem o uso sustentável da biodiversidade e incentivem os investimentos em pesquisa e inovação. Para isso, é essencial a aprovação de marcos legais que deem segurança e previsibilidade aos investidores. Precisamos promover o encadeamento da produção nacional para sermos mais competitivos, e avançar na digitalização para aumentarmos a produtividade", ressaltou Alban.
Impulsionar prioridades
O comando do G-20 e do B-20 conferem ao Brasil e a industria brasileira a oportunidade de conduzir discussoes e influenciar politicas economicas globais, recomendando açoes concretas para influenciar a agenda global.
“A agenda climatica e a necessaria descarbonizaçao da economia sao grandes oportunidades para o Brasil se tornar referencia mundial, especialmente neste momento em que o pais assume a presidencia do G-20 e do B-20", destaca o diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi. Ele acentua que a atuação do setor industrial brasileiro já vem sendo pautada pela união entre a busca por produtividade, por meio da adoção de boas práticas, e uma agenda focada na promoção da sustentabilidade.
“O Brasil tem apostado em uma agenda de promoção da sustentabilidade e de luta contra as mudanças climáticas, sem deixar de lado o avanço da produtividade e o desenvolvimento econômico, conduzidos por meio de temas transversais, como tecnologia e inovação, inclusão e financiamento”, comenta Lucchesi.
Dan Ioschpe, presidente do Conselho de Administração da Ioschpe-Maxion e líder do B-20 Brasil, afirma que recomendações inovadoras e de impacto serão apresentadas ao fórum.
“Assumir a liderança como chair do B-20 Brasil é uma responsabilidade de grande magnitude. Minha missão é estruturar um processo que una líderes empresariais dos países do G-20 para formular recomendações que reflitam os desafios e as oportunidades atuais. Esperamos que essas discussões fomentem a cooperação internacional no enfrentamento dos principais desafios globais, contribuindo para um crescimento global sustentável e inclusivo”, afirma Ioschpe.