
A Polícia Civil de Frutal, cidade do Triângulo Mineiro, concluiu, nessa segunda-feira (17/3), o inquérito policial do assassinato de uma mulher, de 29 anos, ocorrido em 8 de março deste ano, Dia Internacional da Mulher, em frente à casa dela.
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O suspeito, um jovem de 18 anos, está preso preventivamente no presídio de Frutal e alegou que o tiro foi acidental.
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No entanto, ele foi indiciado pela PCMG por homicídio duplamente qualificado, com emprego de meio que impossibilitou a defesa da vítima, sendo motivado por razões fúteis.
Segundo o delegado Fabrício Altemar, o investigado abordou Jéssica em frente à casa dela, após uma discussão sobre danos em sua bicicleta em razão de um acidente de trânsito.
Ainda conforme o delegado, o investigado se apresentou espontaneamente à Polícia Militar (PMMG) e alegou que agiu em legítima defesa após se sentir ameaçado pela vítima e pelo companheiro dela. Por outro lado, as testemunhas e o laudo de necropsia contradizem sua versão.
"Os laudos periciais foram categóricos neste sentido, principalmente o laudo de necropsia, que apontou que o disparo de arma de fogo transfixou o braço esquerdo, pegou no coração e saiu pelo pulmão. Então o tiro foi a curta distância", contou o delegado Fabrício Altemar.
O delegado diz ainda que foram ouvidas testemunhas, como o marido da vítima e outras três pessoas. "Eles contaram que o autor chegou ao local (próximo da residência da vítima), depois conversou com o marido dela dizendo que iria conversar com a mulher porque ela teria jogado o carro em cima dele e amassado a bicicleta e ele queria que reparasse o dano", declarou o delegado após ouvir as testemunhas.
Ainda de acordo com o delegado, testemunhas disseram que, no momento em que o suspeito chegou ao endereço da vítima, ela já estava do lado de fora, varrendo a calçada. "Ele chega já conversando com ela, atira, depois monta na sua bicicleta e vai embora", complementou.
Posicionamento da defesa do suspeito
Segundo José Rodrigo de Almeida, advogado de defesa do suspeito, o mesmo tinha algum relacionamento de amizade com o marido da vítima, sendo que, recentemente, fez uma brincadeira com ele na rua. "E no dia do crime, ele estava de bicicleta, e ela avançou com o carro propositalmente em cima dele. Ele bateu em outro veículo, sendo que várias pessoas presenciaram esse fato e amassou a bicicleta", disse o advogado sobre o teor do depoimento do suspeito à PCMG.
Almeida também diz que, revoltado, o suspeito foi até a casa dele, pegou uma arma e foi à casa da vítima para tirar satisfação. "Quando ele chegou à residência do casal, o marido dela começou a proferir ameaças, e então meu cliente tirou a arma com medo. Ela pegou um pedaço de pau para bater nele e então a arma disparou e a atingiu; o tiro não foi proposital, ou seja, no curso de uma discussão, ao sacar a arma, houve um disparo acidental no momento em que foi agredido", complementa o advogado.
A defesa afirma que o jovem se dirigiu à residência da vítima armado em razão da periculosidade oferecida pelo marido dela. "Ressaltamos que não cabe à defesa desqualificar qualquer envolvido neste momento, mas garantimos que todas as medidas cabíveis serão adotadas para que nosso representado não sofra penalidade além daquela que eventualmente for estabelecida pela Justiça. Qualquer juízo de valor precipitado configura uma condenação antecipada. A divulgação irresponsável dos fatos provoca revolta popular, clamor público e incita o ódio. Nossa atuação não é em defesa do crime, mas, sim, do devido processo legal dentro do Estado Democrático de Direito", concluiu.