INJÚRIA RACIAL

Mulher chama motorista de ônibus de 'escravo' e o ameaça de morte em BH

O crime aconteceu na noite de ontem (16/3) depois que o condutor de um ônibus cobrou o pagamento da passagem. A passageira se recusou e começou a insultá-lo

Um motorista de ônibus da linha 5401 (São Luiz/Dom Cabral) alega ter sido vítima de injúria racial durante a noite de ontem (16/3) -  (crédito: Lucas Alves/Wikibus)
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Um motorista de ônibus da linha 5401 (São Luiz/Dom Cabral) alega ter sido vítima de injúria racial durante a noite de ontem (16/3) - (crédito: Lucas Alves/Wikibus)

Um motorista de ônibus da linha 5401 (São Luiz/Dom Cabral) alega ter sido vítima de injúria racial na noite desse domingo (16/3) no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A passageira de 35 anos referiu-se ao profissional como "escravo" e o ameaçou de morte. Depois de muito resistir, ela foi detida.

Segundo o boletim de ocorrência, a agressora embarcou na Avenida Amazonas, na esquina com a Rua Martim Carvalho, por volta das 23h, sentou-se no banco preferencial, na parte da frente do ônibus, sem pagar a passagem. O condutor cobrou o valor da passagem e, neste momento, a mulher se exaltou, recusando-se a passar pela catraca.

Ela teria dito ao motorista que "não tinha culpa de ser branca e o motorista negro". A vítima se defendeu dizendo que tinha orgulho de sua cor, ao passo que a passageira retrucou, afirmando que ele era "um escravo e que estava ali para servi-la". Ainda de acordo com a ocorrência policial, a mulher ainda o teria ameaçado, dizendo que iria "acabar com a vida dele".

O motorista parou o veículo em frente à uma base comunitária da Polícia Militar (PMMG) no Bairro Santo Agostinho para registrar o ocorrido. Mesmo com a presença da equipe de profissionais, a mulher continuou com as agressões e ameaças.

Depois de muito resistir, a agressora foi convencida a ir ao Departamento de Plantão 2. Lá, recebeu voz de prisão. Algemada, em uma cela própria para casos como esse, se debateu muito, ferindo-se e chegando a inchar o antebraço e pulso esquerdo. Mesmo assim, ela recusou atendimento médico.

O condutor acompanhou todo o processo da abertura da ocorrência por injúria racial. A suspeita permanece detida até que novas providências legais sejam tomadas. 

*Por Ana Brisa Reis, estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

Estado de Minas
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postado em 17/03/2025 20:51