CALOR

Volta às aulas na rede estadual do RS é suspensa devido a calor extremo

Governo do estado recorre à decisão do TJRS, segundo o qual as escolas gaúchas não têm estrutura adequada para suportar temperaturas que podem passar de 40ºC.

Justiça do Rio Grande do Sul determinou suspensão da volta às aulas na rede estadual de ensino -  (crédito: Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul)
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Justiça do Rio Grande do Sul determinou suspensão da volta às aulas na rede estadual de ensino - (crédito: Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul)

A Justiça do Rio Grande do Sul determinou o adiamento do início das aulas em instituições da rede estadual, marcado para segunda-feira (10/2), para a semana seguinte. A decisão decorre de solicitação do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), feita na última quinta-feira (6/2) à Casa Civil do estado, devido à previsão de calor extremo durante os próximos dias. 

Em comunicado publicado no Instagram, o governo e a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul (Seduc/RS) confirmaram, durante a noite, que, “em cumprimento à decisão do Tribunal de Justiça do RS (TJRS), não haverá aula nas 2.320 escolas estaduais na segunda.  

De acordo com a decisão, a volta às aulas deveria ser reagendada para a segunda-feira seguinte (17/2), mas a Seduc enfatizou que recorreu à determinação e que “o governo disponibilizará informações atualizadas sobre a data de início do ano letivo” no dia 10considerando que a decisão pode ser revertida em análise do recurso que será interposto ainda neste domingo” (9/2).  

A decisão do TJRS, porém, leva em conta “a forte onda de calor que atinge o Rio Grande do Sul, e as previsões de agravamento na semana que começa”. De acordo com os profissionais de educação que solicitaram a suspenção, as escolas não teriam estrutura adequada para suportar as temperaturas acima de 40ºC que estão previstas para a semana em que as atividades voltariam. A maioria delas não teria ar-condicionado e, se têm, “enfrentam problemas com a rede elétrica para sustentar o uso dos aparelhos”. 

Ao decidir pelo adiamento, a desembargadora responsável pela análise do pedido considerou que a falta de condições nas escolas é “gritante” — não haveria equipamentos de ventilação ou bebedouros adequados. Além disso, argumenta ela, “inúmeras crianças e adolescentes, bem ainda, professores e demais funcionários, precisam se deslocar a pé, ou por transporte público, em meio a temperaturas altíssimas conforme previsto”. 

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A determinação ainda aponta que o alerta meteorológico (MetSul) prevê que o Rio Grande do Sul será “um dos lugares mais quentes do mundo” na segunda e na terça-feira (10 e 11/2). 

“Oportuno lembrar que esse é o ‘novo normal’ relativo aos eventos climáticos que se mostram presentes, inclusive no mundo todo”, finaliza a desembargadora. “Assim, (é) necessária a adoção de medidas concretas e urgentes a fim de mitigar esses efeitos.” 

Lara Perpétuo
postado em 09/02/2025 21:47 / atualizado em 09/02/2025 21:47