O governo lançou, ontem, o programa Mais Professores, que beneficiará 2,3 milhões de profissionais da licenciatura e pretende aumentar o número de docentes na rede básica de ensino e a presença em todas as regiões do país. Serão duas modalidades: a primeira, contempla estudantes de licenciatura, que receberão uma ajuda de custo ao longo da graduação; a segunda, estimulará quem quiser lecionar em localidades remotas.
O ponto de partida do Mais Professores é a escolha dos cursos de licenciatura no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) com as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Pé-de-Meia Licenciatura pagará, mensalmente, ao longo do curso, R$ 1.050 para estudantes de licenciatura que tiverem média igual ou superior a 650 pontos no Enem e acessarem a graduação pelo Sisu, Prouni ou Fies Social. Do valor total, R$ 700 poderão ser sacados imediatamente, enquanto R$ 350 vão para uma espécie de poupança, que poderá ser acessada após a conclusão do curso.
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Após a graduação, o programa prevê algumas iniciativas para os profissionais. Para seleção de docentes, foi pensada uma estratégia similar à do Concurso Nacional Unificado. A Prova Nacional Docente (PND) será realizada, anualmente, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com o objetivo de melhorar a qualidade de formação e seleção de professores. O Ministério da Educação deve realizar a primeira edição da prova em novembro.
O governo criou um projeto similar ao Mais Médicos para quem quiser lecionar em áreas remotas. A Bolsa Mais Professores pagará R$ 2,1 mil mensal para incentivar o trabalho na rede pública de educação básica. Durante o período de atuação, o participante também poderá cursar uma pós-graduação com foco em docência.
"As pessoas não querem mais ser professores neste país. Então, a gente quer estimular que aqueles que têm perfil e boas notas no Enem possam entrar na licenciatura. Estamos falando em atrair as pessoas para serem professores, manter esses alunos nas universidades para terminarem os cursos e irem para a sala de aula com qualidade", salientou o ministro Camilo Santana, dsa Educação.
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa é essencial para o desenvolvimento do país. "A gente tem que motivar os professores e professoras para que seja uma profissão promissora, que dê a eles a certeza de que estão trabalhando em benefício das pessoas e o Estado poderá ajudar. Temos que pensar muito no salário dos professores porque a gente não pode elogiar professor e, na época de pagar o salário, pagar uma merreca. A educação é o que faz nosso país crescer economicamente, culturalmente, (faz com que) possa ter competitividade e qualidade", afirmou.
O MEC lança em breve o edital com vagas e áreas necessárias, para que os profissionais comecem a ser chamados no segundo semestre. Estima, ainda, que serão gastos R$ 1,7 bilhão, entre 2025 e 2026, para colocar a iniciativa em prática, que está incluída no orçamento da pasta para este ano.
Benefícios do programa
» Pé-de-Meia Licenciatura — R$ 1.050 mensais a graduandos em licenciatura com nota maior ou igual a 650 no Enem;
» Bolsa Mais Professores — R$ 2,1 mil mensais ao docente que se candidatar a escolas em regiões remotas. Ganhará também uma pós-graduação;
» Prova Nacional Docente — seleção anual de professores. Unidades da Federação e municípios podem utilizar a lista de aprovados para convocá-los;
» Benefícios — cartão de crédito do Banco do Brasil sem anuidade, desconto na Caixa Econômica Federal e desconto de 10% em hotéis associados à Associação Brasileira da Indústria de Hotéis.
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