Tremembé (SP)

Ministério da Justiça determina investigação de tiroteio em assentamento do MST

PF deve abrir "investigação criminal para apuração" do "violento atentado", que vitimou dois moradores do Olga Benário, no interior de São Paulo 

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, em ofício enviado à Polícia Federal (PF) neste sábado (11/1), a instauração de um inquérito para investigar o ataque a tiros ao assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em São Paulo, ocorrido na última sexta-feira (10/1).  

O assentamento Olga Benário, situado em Tremembé, município no interior paulista, sofreu, na noite de sexta, um tiroteio que vitimou duas pessoas, de 28 e 52 anos. De acordo com a Agência Estado, outros oito militantes de 18 a 49 anos foram baleados; um deles se encontra em estado grave após levar tiro na cabeça. 

Em ofício enviado ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, o ministro substituto de Estado da Justiça e Segurança Pública, Manoel Carlos de Almeida Neto, informa que tomou ciência do “violento atentado, praticado por criminosos que deixaram duas pessoas mortas e outras seis gravemente feridas”. 

Assim, determina que a PF “proceda abertura de investigação criminal para apuração dos fatos”. Nota publicada pelo MJSP na tarde deste sábado descreve o ocorrido como “violação a direitos humanos” e esclarece que “uma equipe da PF, com agentes, perito e papiloscopista foi deslocada para o local”. 

Pelas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou a determinação do Ministério da Justiça. 

Segundo as vítimas, pessoas adentraram, de moto e de carro, o assentamento em que membros do MST vivem há anos. Lá, os agressores discutiram, dispararam contra moradores e os ameaçaram, avisando que voltariam “mais tarde”. 

No local, informa a Agência Estado, a polícia encontrou cápsulas de bala, sangue e armas brancas como enxada, picareta e facas. Duas pessoas são suspeitas de envolvimento no crime, enquanto uma terceira foi presa por porte ilegal de arma de fogo.  

Correio entrou em contato com a Polícia Federal e aguarda retorno para complementação da matéria.

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