tragédia em ubatuba

Empresária que viajava no jato que furou pista de pouso está em estado grave

Mireylle Fries teve de ser transferida para São Paulo depois do acidente com o avião que caiu, quinta-feira, no litoral paulista. Marido e casal de filhos continuam internados em estado estável em Caraguatatuba

A empresária Mireylle Fries, de 41 anos, que estava no jatinho que não conseguiu parar, ontem, na pista do Aeroporto de Ubatuba (SP) e mergulhou no mar, foi transferida, ontem, para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em estado grave. Isso porque o Hospital Regional de Caraguatatuba (SP), para onde foi transferida horas depois do acidente, não dispõe dos equipamentos necessários para a assistência necessária.

O marido, o também empresário Bruno Almeida Souza, de 45 anos, e os dois filhos do casal, de quatro e de seis, têm um quadro de saúde considerado estável, segundo informação confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Os três continuam na unidade de Caraguatatuba.

Os quatro foram atendidos, inicialmente, na Santa Casa de Ubatuba, mas tiveram de ser transferidos para uma unidade hospitalar mais bem equipada devido ao quadro clínico delicado. Pai e filhos não têm previsão de alta.

O quinto ferido no acidente, uma mulher que passava pelo local e quase foi atingida pelo avião descontrolado, apenas torceu o pé ao correr para não ser atingida. Já o piloto da aeronave, Paulo Seghetto, de 55 anos, foi sepultado na tarde de ontem, em Ribeirão Preto (SP).

Retirada

A carcaça do Cessna Citation 525 CJ1, prefixo PR GFS, foi removida da Praia do Cruzeiro na noite de quinta-feira e a Prefeitura de Ubatuba realizou, nas horas seguintes, a limpeza do local. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) frisou que “até o momento, não foi constatado dano ambiental significativo”.

“Equipes do Setor de Atendimento a Emergências e da Agência Ambiental de São Sebastião, até o início da noite de 09/01, prestaram apoio ao Corpo de Bombeiros, à Aeronáutica e à Prefeitura de Ubatuba, no atendimento ao acidente com o avião de pequeno porte que caiu na praia do Cruzeiro. Os técnicos orientaram na colocação de barreiras de contenção e material absorvente em volta da aeronave, para evitar eventual vazamento de óleo e combustível”, observou a Cetesb.

A companhia ambiental orientou a prefeitura para a remoção do solo impactado pelo avião, já que foi contaminado pelo combustível que estava nas asas da aeronave — arrancadas no choque com a pista de skate que fica em frente à cabeceira do local de pouso do aeroporto de Ubatuba. Após a conclusão dos trabalhos emergenciais, a Cetesb avaliará as próximas medidas administrativas.

Apesar de o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apenas ter recolhido os primeiros indícios para concluir o que teria causado o acidente, especialistas apontam a possibilidade de que o desastre se deu por causa de um erro de cálculo do piloto. Isso porque, pelas imagens das câmeras de segurança, percebe-se que o jato ainda estava em alta velocidade ao ultrapassar o limite da pista.

Segundo a Rede Voa, concessionária que administra o aeródromo de Ubatuba, o Citation pousou em uma pista operacional com quase 300m de extensão a menos do que o indicado para locais molhados, de acordo com o manual de operação da aeronave. O documento indica que a faixa de pouso deve ter, ao menos, 838m de extensão quando o local não está seco. A parte operacional da pista utilizada pelo piloto apresenta, contudo, apenas 560m de extensão.

Pelos especialistas, isso indica duas coisas: que o jato tocou o solo ainda em alta velocidade e, por isso, não teve como frear ou o piloto aterrissou o aparelho além do ponto em que teria condições de frenagem. (Com Agência Estado)

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