RIO GRANDE DO SUL

O que se sabe sobre a investigação do caso do envenenamento de família no RS

A suspeita de ser a responsável pelo crime foi presa temporariamente no domingo (5/12) e está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres, litoral do RS

 2024. Bolo com arsenio. -  (crédito:  Polícia Civil/Divulgação)
2024. Bolo com arsenio. - (crédito: Polícia Civil/Divulgação)

O caso de envenenamento de uma família no Rio Grande do Sul, que resultou na morte de três pessoas e deixou outras duas hospitalizadas, teve desdobramentos importantes nos últimos dias. O crime ocorreu durante uma reunião familiar em 23 de dezembro. Das setes pessoas presentes na confraternização, seis ingeriram um bolo, que estaria envenenado.

Resultados de análises laboratoriais indicaram que havia arsênio – substância extremamente tóxica que pode levar à morte. Segundo o Instituto-Geral de Perícias (IGP), 89 amostras foram coletadas na residência da mulher que fez a sobremesa. Uma delas, de farinha, apresentou a presença da substância em concentração.

"Foram identificadas concentrações altíssimas de arsênio nas três vítimas, tão elevadas que são tóxicas e letais. Para se ter ideia, 35 microgramas já são suficientes para causar a morte de uma pessoa. Em uma das vítimas, havia concentração 350 vezes maior", disse a diretora do IGP, Marguet Mittman, em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (6/1).

A suspeita de ser a responsável pelo crime foi presa temporariamente no domingo (5/12) e está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres, litoral do RS. De acordo com a Justiça do estado, ela passou por audiência de custódia, na segunda-feira (6/1) e retornou ao presídio.

Durante a coletiva, o delegado Marcus Vinícius Veloso, responsável pela investigação, ressaltou que "a investigada, ainda que seja presumidamente inocente, está presa temporariamente em virtude das fundadas razões que encontramos em provas legalmente juntadas ao inquérito. Essas provas já foram juntadas, são robustas e serão, com certeza, utilizadas no final do inquérito".

Veloso ainda frisou que família, apesar de ter "uma conveniência muito harmoniosa", enfrentou "divergências" há cerca de 20 anos, conforme depoimentos levantados pelos investigadores. 

Os envenenados

As vítimas fatais do crime foram identificadas como Neuza Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de acordo com o g1.

Conforme divulgado no último boletim médico, o estado de saúde da mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, de 60 anos, é estável. A outra pessoa que comeu a sobremesa, uma criança de 10 anos, teve alta hospitalar na sexta-feira (3/12).

Raphaela Peixoto
postado em 07/01/2025 17:56
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