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O que se sabe sobre o assassinato de um secretário na Prefeitura de Osasco

Em reunião com o adjunto da Segurança do município paulista, agente não gostou de saber que deixaria a equipe que acompanha o prefeito — e se revoltou. Testemunhas afirmam que seis disparos foram feitos

Henrique (acima e ao lado) foi preso em flagrante. Antes 
de ser secretário, Adilson (de óculos) também foi guarda civil -  (crédito: Fotos: Reprodução de vídeo)
Henrique (acima e ao lado) foi preso em flagrante. Antes de ser secretário, Adilson (de óculos) também foi guarda civil - (crédito: Fotos: Reprodução de vídeo)

O guarda civil municipal Henrique Marivaldo de Souza assassinou, ontem, a tiros, o secretário adjunto da Segurança municipal, Adilson Custódio Moreira, de 53 anos, dentro da prefeitura de Osasco, na Grande São Paulo. De acordo com informações preliminares, o crime teria acontecido por causa de um desentendimento entre eles.

Funcionários da prefeitura afirmam que houve um confronto de Henrique com Adilson em uma reunião, no fim da tarde, com guardas municipais, para tratar de assuntos administrativos. Tudo teria começado quando o agente ficou indignado ao saber que mudaria de função, apesar de, há pelo menos dois anos, integrar a equipe que faz a segurança do prefeito.

Henrique chegou a manter Adílson refém dentro da sala de reuniões, na sequência do desentendimento com o secretário, e assim que os colegas deixaram o local. Foi quando, segundo testemunhas, aconteceram os disparos — seis tiros foram ouvidos.

Por cerca de três horas, o Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Civil negociou com Henrique para que se entregasse. Enquanto era convencido a não resistir, o guarda ficou na mesma sala em que estava Adilson, já baleado. O prédio da administração municipal foi interditado.

A sede da Prefeitura de Osasco foi evacuada e cercada por viaturas policiais e ambulâncias. Às 19h32, Henrique se entregou e saiu do prédio algemado, escoltado por agentes do Gate. Foi levado por policiais militares para a Delegacia Seccional de Polícia de Osasco, onde foi autuado por homicídio. A morte de Adilson foi confirmada logo depois da prisão do guarda.

Adilson estava na secretaria há oito anos — na gestão passada, foi titular de Segurança e Controle Urbano e, depois, secretário adjunto. Antes, ele havia atuado como guarda-civil. Ia fazer 54 anos no próximo domingo e era natural de Jequitinhonha (MG), mas mudou para São Paulo na infância. Em Osasco, ele teve uma empresa de motoboys antes de prestar o concurso para a Guarda Civil Municipal.

O novo prefeito, Gerson Pessoa (Podemos), é ex-deputado estadual e foi eleito em outubro do ano passado para suceder Rogério Lins, do mesmo partido. O ex-prefeito é, atualmente, secretário de Esportes e Lazer de Ricardo Nunes (MDB), reeleito prefeito da capital paulista. (Com Agência Estado)

 

Fabio Grecchi
Israel Medeiros
postado em 07/01/2025 03:55
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