LONGEVIDADE

Brasil tem homem e mulher mais velhos do mundo

A gaúcha Inah Canabarro Lucas tem 116 anos e assume o posto após a morte da japonesa Tomiko Itooka, de acordo com o site Longeviquest. O primeiro lugar entre os homens também é de um brasileiro: João Marinho Neto tem 112

Inah Canabarro Lucas vive em um convento de Porto Alegre. A gaúcha é considerada a pessoa mais velha do planeta -  (crédito: Divulgação/LongeviQuest)
Inah Canabarro Lucas vive em um convento de Porto Alegre. A gaúcha é considerada a pessoa mais velha do planeta - (crédito: Divulgação/LongeviQuest)

O Brasil passou a liderar como o país com as pessoas mais velhas do planeta, segundo o site da LongeviQuest, entidade de monitoramento e mapeamento de supercentenários pelo mundo. Inah Canabarro Lucas, de 116 anos, foi reconhecida como a mulher mais velha e João Marinho Neto, 112, como o homem mais velho. Os postos foram assumidos após as mortes da japonesa Tomiko Itooka (117 anos), em 29 de dezembro, e do britânico John Tinniswood (112), em 25 de novembro.

Natural de São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, Inah Canabarro nasceu em 8 de junho de 1908. Freira, atualmente ela mora em um convento em Porto Alegre. Seis anos atrás, quando tinha 110 anos, a supercentenária desenvolveu problemas de mobilidade e teve de se locomover com o auxílio de um andador.

Nas vezes que foi questionada sobre sua longevidade, ela atribuiu à fé em Deus. O posto de "pessoa mais velha do mundo" foi concedido a Inah Canabarro pelo Grupo de Pesquisa Internacional em Gerontologia (Gerontology Research Group, em inglês). Até o final de dezembro do ano passado, a brasileira ocupava o segundo lugar.

A diferença de idade de Inah para Tomiko Itooka é de apenas 16 dias, pois a japonesa nasceu em 23 de maio de 1908. As experiências de vida dos dois acumulam vivência em guerras mundiais, avanços tecnológicos e pandemias.

Na crise sanitária de covid-19, a brasileira foi uma das primeiras idosas a receber a vacina contra a doença, em 2021. No ano seguinte, Inah foi infectada enquanto estava hospitalizada, mas conseguiu se recuperar, tornando-se uma das sobreviventes mais velhas da doença.

A gaúcha iniciou sua vida religiosa aos 16 anos no internato Santa Teresa de Jesus, em Santana do Livramento (RS). Em dezembro de 1928, ela se tornou freira na capital uruguaia, Montevidéu. Dois anos mais tarde, Inah retornou ao Brasil, estabelecendo-se no Rio de Janeiro e trabalhou como professora de português e matemática em uma escola na Tijuca.

Na década de 1940, voltou a Santana do Livramento e deu continuidade à carreira docente. Em 2018, ao completar 110 anos, Inah recebeu uma bênção apostólica do papa Francisco. O certificado enviado pelo pontífice é um dos maiores orgulhos da freira. Ela mantém o documento em destaque na comunidade em que reside.

Segundo o LongeviQuest, a brasileira também é a vigésima mais velha nos registros históricos. No Brasil, Inah alcançou o posto em 2022, após a morte de Antonia da Santa Cruz, que tinha 116 anos. Depois, virou a mais idosa da América Latina e da América do Sul após o falecimento da colombiana Sofia Rojas, também em 2022.

Outro recorde que ela tem, é de ser a freira mais velha da história. Inah é superada apenas pela francesa Lucile Randon, conhecida como irmã André, que morreu aos 118 anos e 340 dias, em 2023. A brasileira também é a última pessoa viva nascida em 1908 e uma das três vivas nascidas na década de 1900.

Homem mais velho

João Marinho Neto, de 112 anos, foi oficializado como homem mais velho do mundo pelo Guinness World Records, o Livro dos Recordes, em 2024. Natural de Maranguape (CE), onde nasceu em família de agricultores, assumiu o posto após a morte do britânico John Tinniswood, que também tinha 112 anos. Nascido em 1912, ajudava o pai na lavoura desde os 4 anos, cuidando de gado e colhendo frutos em juazeiros.

Casou-se com Josefa Albano dos Santos (1920-1994), com quem teve quatro filhos: Antônio, José, Fátima e Vanda. Após a morte da primeira mulher, teve mais três filhos: Vinícius, Jarbas e Conceição, com Antonia Rodrigues Moura. João Marinho Neto viveu na Fazenda Massapê. Cultivava milho e feijão, além de criar gado e outros animais. Atualmente, ele tem seis filhos vivos, 22 netos, 15 bisnetos e três tataranetos.

 


Francisco Artur de Lima
Fernanda Strickland
postado em 05/01/2025 06:05
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