O Brasil registrou, ao longo de 2024, um total de 6.484.890 casos prováveis de dengue e 5.972 mortes provocadas pela doença, de acordo com os dados do Painel de Monitoramento de Arbovirose do Ministério da Saúde. Em 2023, o número de casos prováveis foi de 1.649.146, enquanto os óbitos pela doença foram de 1.179. De um ano para o outro, houve um aumento de 293% nos casos prováveis, e um crescimento de 406% no número de mortes.
O Distrito Federal foi a região com o maior crescimento de casos de dengue no Brasil. Houve um aumento de 584% nos casos prováveis de dengue na unidade federativa em 2024, em relação ao ano anterior — foram 279.102 casos no ano passado contra 40.784 em 2023.
Entre os estados com maior número de casos, São Paulo lidera o ranking e aparece com 2.182.875 casos prováveis. Seguido de Minas Gerais, com 1.695.024, e Paraná, com 656.286 casos de dengue. O DF apresentou o maior coeficiente de incidência do país, com 9.907,5 casos para cada 100 mil habitantes. Em todo o país, o coeficiente de incidência, até 28 de dezembro, foi de 3.193,5 casos para cada 100 mil habitantes.
Ainda, o Espírito Santo foi o único estado com o coeficiente de incidência da doença inferior a 100 casos para cada 100 mil habitantes. No estado, houve apenas 14,7 casos a cada 100 mil habitantes, com 565 casos durante todo o ano de 2024.
O relatório do Ministério da Saúde apontou que ainda existem 908 casos de mortes em investigação para a dengue. No ano passado, a doença alcançou a letalidade de 5,86% em casos graves, enquanto em 2023 foi de 4,83%. A letalidade é calculada com base na proporção de óbitos pela doença em relação ao número total de casos.
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O levantamento apresenta também uma maior incidência da doença entre mulheres (55%), em comparação com os homens (45%). O corte de raça/cor também foi apontado, com 42% dos casos de dengue entre pessoas autodeclaradas brancas; 34,4% entre pardos; 5,1% entre pretos; 0,9% entre amarelos; e 0,2% entre indígenas. Além disso, a faixa etária que concentrou o maior número de casos prováveis foi dos 20 aos 29 anos, seguida pela dos 30 aos 39 anos e pela de 40 a 49 anos.
Prevenção
Diante do aumento da incidência da dengue, existem algumas maneiras de prevenir a doença, que pode causar sintomas como febre alta, dor de cabeça, náuseas e vômitos, fadiga, manchas vermelhas na pele e, em casos mais graves, sangramentos e até a morte.
Sendo uma enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a principal maneira de prevenção é a eliminação dos criadouros do transmissor. Manter reservatórios ou caixas d’água cobertos com tampas, telas ou capas, impedindo que o mosquito deposite neles seus ovos, evitar água parada em pneus, latas, garrafas vazias ou calhas e realizar a limpeza regular da caixa d’água são algumas maneiras de manter o ambiente seguro. Além disso, medidas de proteção individual, como usar calças e blusas compridas e passar repelente contra o mosquito, também são recomendadas para a proteção.
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Vacina
Desde dezembro de 2023, a vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Ministério da Saúde. A Qdenga, aprovada pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), em março de 2023, está disponível para pessoas de 4 a 60 anos de idade, independente da exposição anterior à doença.
A aplicação é feita em um esquema de duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas. De acordo com o Ministério da Saúde, o governo irá priorizar a imunização contra a dengue em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro