O Polícia Civil de São Paulo investiga policial que fez ameaças à jornalista Natuza Nery em supermercado na capital paulista. Caso revelado pela colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo nesta quarta-feira (1°/1) ocorreu na última segunda-feira (30/12).
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que Natuza acionou a Polícia Militar por meio de ligação para o 190 na noite de segunda. A vítima e o acusado, um policial civil que não estava em exercício de função no horário, foram encaminhados à 14ª Delegacia de Polícia. Segundo o comunicado, a Corregedoria da Polícia Civil assumiu o caso e instaurou um inquérito para investigar a acusação. A repartição instaurou uma investigação no âmbito administrativo que pode resultar no afastamento do agente.
Segundo a coluna da Folha, Natuza estava em um supermercado no bairro Pinheiros quando o policial, que também estava fazendo compras no local, perguntou se ela era a jornalista Natuza Nery, da GloboNews. Em seguida, o acusado afirmou que ela e o veículo em que trabalha eram “responsáveis pela situação do país” e que pessoas como ela “merecem ser aniquiladas”.
Segundo relator de testemunhas, o policial voltou a ofender a jornalista em outro momento, enquanto a mulher que o acompanhava pedia que ele parasse. O acusado negou que tenha cometido uma infração.
Ministro se manifesta
Nas redes sociais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes exigiu que o poder público aja prontamente diante do ataque à Natuza, segundo ele, "em razão do simples exercício diário de seu ofício". " As democracias dependem do jornalismo profissional; sem ele, não há liberdade de informação e, por conseguinte, liberdade de expressão", escreveu.
O ataque sofrido por Natuza Nery, em razão do simples exercício diário de seu ofício, exige pronta resposta do poder público, em especial dos órgãos de persecução penal.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) January 1, 2025