O motorista da carreta suspeito de provocar o acidente na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, que causou a morte de 41 pessoas na madrugada de sábado (21/12), foi liberado após prestar depoimento. Ele estava foragido e se entregou à polícia nesta segunda-feira (23/12) , ao comparecer à sede do 15º Departamento de Polícia Civil, no município, acompanhado de advogados.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que havia solicitado a prisão preventiva, mas a Justiça não acatou, pois o motorista não estava mais na condição de flagrante — ou seja, quando a pessoa está cometendo ou acaba de cometer o crime ou a infração, conforme determina o artigo 302 do Código Penal.
Em entrevista coletiva no domingo (22/12), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) informou que o motorista da carreta estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa desde 2022, quando se recusou a realizar o teste do bafômetro em uma blitz da Lei Seca em Mantena, perto da divisa com o Espírito Santo.
Até o fim da tarde desta segunda-feira, a Polícia Civil contabilizava 14 corpos identificados, sendo que cinco foram retirados pelas famílias. Inicialmente, de acordo com informações do IML de Teófilo Otoni, 36 pessoas morreram instantaneamente no acidente e outras duas tiveram as mortes confirmadas após atendimentos hospitalares, totalizando 38 óbitos. A empresa responsável pelo ônibus, no entanto, retificou esse número ao informar os nomes de 39 mortos (veja a lista aqui). Ontem (22/12), o quantitativo foi novamente atualizado pela PCMG, quando a instituição comunicou a chegada de 41 corpos no IML da capital.
O desastre na BR-116 envolveu um carro, uma carreta e um coletivo que fazia a linha São Paulo/Elísio Medrado (BA). Todas as vítimas estavam dentro do ônibus, incluindo o motorista.
A principal hipótese para o acidente é de que ocorreu o tombamento do semirreboque da carreta, que transportava o bloco de granito, e, assim, o ônibus com 45 ocupantes atingiu essa estrutura em cheio e pegou fogo. Em seguida, o automóvel Fiat Argo, que vinha atrás, também bateu na carreta, deixando os três ocupantes gravemente feridos.
“Essa é a situação mais provável, mas todas as informações, imagens e relatos de feridos estão sendo colhidos. A informação inicial das testemunhas feridas no carro de passeio era de que o pneu do ônibus teria estourado”, explicou o delegado e porta-voz da Polícia Civil de Minas, Saulo Castro.
Dos 44 passageiros no ônibus, 21 iriam para Vitória da Conquista, 12 para Santa Inês e 11 para Elísio Medrado, a parada final. Todos embarcaram em São Paulo.
Em nota, a Emtram, empresa responsável pelo ônibus, lamentou a tragédia e disse que o coletivo trafegava em condições regulares, pois "estava com sua revisão em dia, pneus novos e possuía sistema de monitoramento". "A Emtram está à disposição das autoridades e colaborando com toda a investigação. A Polícia Rodoviária Federal já está em posse de vídeo com as imagens das câmeras de trânsito para elucidar as causas do acidente", informou.
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