Investigação

Mistério e terror: adolescente desaparece e mãe é encontrada carbonizada

Beatriz de Oliveira Santos, 15 anos, desapareceu em abril após sair da escola, na Grande São Paulo. A mãe dela foi encontrada carbonizada em dezembro, em Jaguariúna. A Polícia Civil investiga a possível conexão entre os dois fatos

Um desaparecimento e um assassinato brutal intrigam a Polícia Civil do Estado de São Paulo PCSP) e cercam a região de Guarulhos de medo. Beatriz de Oliveira Santos, 15 anos, desapareceu misteriosamente em 22 de abril, após sair da escola. No último sábado (7/12), o corpo da mãe dela, Aneíldes Gonçalves, 52, foi encontrado carbonizado em um terreno baldio, no município de Jaguariúna, a 133km de distância da casa da família.

Em entrevista exclusiva ao Correio, Viviany Silva de Oliveira, 27, nora de Aneíldes e cunhada de Beatriz, detalha os últimos momentos que marcaram o começo dessa tragédia. No dia do desaparecimento, Beatriz saiu da casa onde morava com a mãe, no bairro de Recreio São Jorge, para ir à escola, distante apenas 20 minutos de ônibus.

Ela chegou à escola e saiu no horário normal, como foi confirmado pela família. Depois disso, nunca mais foi vista. Beatriz enviou mensagens em "tom estranho" para o namorado, de acordo com a família. “O texto dizia: ‘Quero sumir’, que estava triste e chateada. Deu a entender que foi por conta própria, mas não sabemos se era ela quem escreveu”, afirmou Viviany. 

Morte suspeita

Desesperada com o sumiço da filha, Aneíldes iniciou uma busca incessante por conta própria: percorreu favelas, regiões afastadas, terrenos abandonados, matagais, mas nada levava pistas ao paradeiro da filha. “Víamos que ela (Aneíldes) não estava bem. Ficou atordoada, como todos nós. Buscava qualquer informação nas redes sociais e toda denúncia que ela recebia, ia imediatamente”, conta a nora. 

No sábado passado, em 7 de dezembro, a tragédia ganhou um novo capítulo aterrador. Câmeras de segurança de uma via registraram Aneíldes saindo de casa por volta das 19h. Ela entrou em um carro desconhecido de maneira aparentemente voluntária. Horas depois, o corpo da funcionária pública foi encontrado em um terreno abandonado, em Jaguariúna, em um cenário de terror. Os pertences, como anéis, pulseiras e colar estavam espalhados a metros do cadáver. 

Viviany desconfia de que os casos possam ter coincidência. O Ministério Público do Estado de São Paulo pediu que todas as fontes de investigação sejam esgotadas, incluindo a análise das câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas e outros vestígios. 

O que chamou a atenção da família foram mensagens enviadas por Aneíldes a um ex-namorado. Nas conversas, a mulher responde calmamente ao homem, dizendo que está bem e que dormiu tranquilamente. No entanto, as mensagens foram enviadas no domingo — dia em que o corpo de Aneíldes já havia sido encontrado carbonizado. Por esse motivo, a família acredita que as mensagens enviadas por Aneíldes não tenham sido, de fato, mandadas por ela.

Até a última atualização dessa reportagem, o autor do crime contra Aneíldes não havia sido preso, e Beatriz segue desaparecida. A família pede que, quem tiver informações, ligue para o número 197, da Polícia Civil. 

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