Deputados estaduais de oposição ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) se movimentaram nesta sexta-feira (6/12), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), com um pedido de impeachment do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. Os parlamentares citam “crime de responsabilidade” como uma das justificativas para o pedido.
Assinado por 25 deputados, entre eles parlamentares do PT, PSol e PCdoB, o texto fala sobre abuso de poder, incitação de militares à violência e ausência de “responsabilidade dos seus subordinados”. Os parlamentares pretendem levar o documento à Mesa Diretora da Alesp. O pedido apenas avançaria, contudo, caso o presidente da Casa, André do Prado (PL), aliado ao governador, aceitasse a solicitação.
Em um dos trechos do documento, os deputados falam que a Secretaria de Segurança Pública enxerga os casos de violência policial como “casos isolados”.
“Os constantes casos de abuso cometidos por agentes policiais, ao longo dos anos de 2023 e 2024, são frequentemente tratados pela Secretaria como ocorrências isoladas. No entanto, a repetição desses episódios revela um padrão: uma administração que, na prática, normaliza crises de insubordinação, omite-se frente ao aumento alarmante da violência policial e ignora o racismo perpetrado nos procedimentos policiais”, diz o texto que será protocolado na Alesp.
Na quinta-feira (5), Tarcísio disse que, mesmo com a crise na secretaria, não quer fazer mudanças na SSP. O governador defendeu a permanência de Derrite no cargo, disse que confia na equipe de segurança e atribuiu a si os erros da Polícia Militar.
O deputado estadual Guilherme Cortez (PSol) falou à imprensa que acredita que Tarcísio “desconsiderou completamente as dores das vítimas” ao continuar com o secretário.
“O governador de São Paulo optou por protegê-lo, desconsiderando completamente as dores das vítimas e normalizando essa conduta policial truculenta. O projeto do governo é instrumentalizar a violência policial para fins eleitorais”, afirmou.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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