A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu, no dia 20 de dezembro, a filha e o genro suspeitos de mandar matar o pai dela para ficar com a herança, avaliada em R$ 3 milhões. A Justiça manteve a prisão do casal, que segue detido. O crime ocorreu em 1º de abril, na zona rural de Campinorte (GO).
De acordo com a PCGO, a morte foi encomendada a um executor sob pagamento de R$ 20 mil. O assassino contratou outros dois comparsas para ajudar na execução. No entanto, a mandante e seu marido não pagaram o valor combinado e foram ameaçados pelo homem.
Depois de presa, a filha disse durante depoimento que o marido foi o único mandante do crime. A informação é do g1. Ela ainda afirmou que não teria denunciado o esposo por medo, mas a polícia acredita que a mulher também tem participação no crime. O marido, por sua vez, permaneceu em silêncio durante o depoimento.
O executor e o marido da suspeita acertaram o valor a ser pago pela execução "no meio do mato", segundo conversas divulgadas pela polícia.
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O casal foi preso preventivamente por homicídio duplamente qualificado "pela emboscada e mediante a promessa de pagamento".
Assassinato
O fazendeiro foi assassinado em uma emboscada enquanto pilotava uma moto em uma estrada rural em Campinorte. A vítima foi abordada por três homens e atingida por dois tiros, de acordo com a polícia.
Por não ter recebido os R$ 20 mil prometidos, o assassino ameaçou entregar o casal mandante para as autoridades. Ele chegou a oferecer parcelar o valor em três vezes: “Você manda R$ 6 [mil] essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 mês que vem e R$ 7 no outro mês”, escreveu em um aplicativo de mensagens.
O marido da suspeita concordou em um primeiro momento, porém depois pediu para o executor esperar. Conforme conversas divulgadas pela PCGO, o assassino acusa o mandante de bloqueá-lo para não fazer o pagamento, e então o ameaça: "Acho bom não me bloquear de novo, tá bom? Ou me paga ou vai todo mundo para a cadeia".
Sem o pagamento prometido, o assassino levou o caso à polícia por meio de uma denúncia anônima.
Herança
A filha da vítima era a única herdeira do fazendeiro, que tinha como herança 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e dinheiro em uma conta bancária.
O delegado Peterson Amin disse ao g1 que a mulher tentou movimentar o dinheiro e vendeu cabeças de gado três meses após a morte do pai. O oficial alegou que o casal não tinha motivo aparente para precisar do dinheiro. "Era puramente pelo valor da herança mesmo", explicou.
Em comunicado publicado nas redes sociais, a PCGO informou que a filha e o genro foram presos preventivamente após serem encontrados na cidade de Campos Verdes (GO). O executor permanece foragido.
O Correio não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.