O médico Dioclécio Campos Júnior, renomado pediatra e uma das vozes mais influentes na defesa da saúde infantil no Brasil, morreu na última sexta-feira (27/12), aos 81 anos. Natural de Uberaba (MG), ele será sepultado neste domingo (29/12), na cidade natal dele.
Dioclécio presidiu a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) por dois mandatos consecutivos, de 2004 a 2010, e também integrou a Academia Brasileira de Pediatria, desempenhando um papel central na formulação de políticas públicas voltadas ao bem-estar de crianças e adolescentes. Um dos marcos da atuação dele foi a elaboração do anteprojeto de lei que ampliou a licença-maternidade de 4 para 6 meses. A proposta, aprovada pelo Congresso Nacional em 2008, beneficiou milhares de mulheres e crianças, sendo posteriormente adotada por órgãos públicos federais, estaduais e municipais.
Formado pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, Dr. Dioclécio realizou residência no Instituto Fernandes Figueira (RJ) e concluiu mestrado e doutorado pela Université Libre de Bruxelles (ULB), na Bélgica. Foi professor adjunto de pediatria na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP) e professor titular na Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB).
A dedicação dele com a educação médica o levou a presidir o Consórcio Global de Educação Pediátrica (GPEC), onde foi responsável pela implementação de um currículo inovador para residência pediátrica no Brasil e em outros países. Entre 1985 e 1987, coordenou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC) do Ministério da Saúde e ocupou cargos de liderança na Secretaria Executiva do Ministério da Saúde e na Secretaria da Criança do Distrito Federal.
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Além da atuação na medicina e na gestão pública, Dr. Dioclécio foi um escritor prolífico, contribuindo para obras como o Tratado de Pediatria Brasileiro e a série de livros Filhos, abrangendo desde a gravidez até a adolescência. Também publicou ensaios e poesias, além de colaborar ativamente com o Correio Braziliense por muitos anos. Em 2011, viu concretizado um de seus maiores sonhos com a inauguração do Hospital da Criança de Brasília. Dr. Dioclécio Campos Jr. deixa um legado inestimável e um vazio profundo no cenário da saúde pública brasileira.
Ele deixa esposa, filho, nora e duas netas.
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