Familiares das vítimas do acidente que envolveu um ônibus, uma carreta e um carro em Teófilo Otoni, no sábado (21/12), continuam em busca de informações e da identificação dos corpos pelo Instituto Médico Legal em Belo Horizonte.
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Jeferson Caio de Melo, cunhado de Caio Novaes, uma das vítimas da tragédia, compareceu ao IML na manhã desta terça-feira (24/12) com a esposa e a cunhada para a identificação do corpo. "Está sendo muito difícil, estou com as irmãs dele aqui", disse Melo.
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Caio Novaes era natural de Mirante, na Bahia, e tinha 26 anos. Ele estava trabalhando em Santa Catarina há seis meses e viajava para passar o ano novo com a família em sua terra natal. O jovem embarcou no ônibus da Emtram em São Paulo, com destino a Vitória da Conquista, na Bahia, para depois seguir para Mirante. A vítima deixou dois filhos, de 3 e 4 anos.
"O Caio era muito gente boa, alegre e trabalhador. Infelizmente agora é juntar os cacos", disse Jeferson. "O que a gente precisa mesmo é do corpo dele, para poder velar", emendou.
Jeferson conta que buscou três locais para coleta de material, sendo um em São Paulo, onde mora, e dois na capital mineira, até chegar ao lugar correto. "Desde São Paulo que está assim, muito dificultado, ninguém dá uma informação certa. A mãe dele está quase morrendo na Bahia", concluiu.
Quem também reclama da falta de informações é Bruno da Silva Ribeiro. Ele foi pelo terceiro dia consecutivo ao IML. Bruno é irmão de Weberton da Silva Ribeiro, motorista do ônibus que levava os 45 passageiros de São Paulo para a Bahia.
Bruno saiu de Caratinga, no Vale do Rio Doce, e chegou a BH por volta de 1h30 de domingo acompanhado da esposa Thairinny, e contou que passaram a madrugada ao relento, dormindo nos bancos na entrada do IML: "Passamos frio, fome, sede, debaixo de chuva praticamente. A Polícia, até então, também não tinha oferecido um suporte".
O apoio da Emtram, empresa dona do ônibus que se acidentou, veio somente às 18h de domingo, depois que Bruno entrou em contato. Agora, o casal está hospedado em um hotel da capital mineira. "Nós que fomos atrás deles", afirma Bruno.
Bruno ressalta que não foi informado sequer do estado do corpo do irmão e que sempre que tenta saber algo, a resposta é sempre a mesma: "Não temos essa informação"
"A coleta eu já fiz, mas a gente vem buscar informações e acaba saindo sem nada. Não dão previsão de quando vai ser liberado, se já tem resultado do DNA. Não sei nem como ele tá", conta, abalado.
Corpos identificados
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou que 14 corpos foram identificados, sendo que 11 foram retirados pelos familiares.
A corporação ainda ressalta que trabalha com celeridade, mas ainda não consegue precisar o tempo necessário para identificar todas as vítimas, uma vez que os exames são complexos. Como as vítimas foram carbonizadas, o material genético cedido pelos familiares tem contribuído na identificação dos corpos.