Operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) na Rocinha, Zona Sul, nesta terça-feira (17/12), cumpriu 34 mandados de prisão, deixou um morto e fechou escolas. Os alvos envolviam criminosos que fugiram do Ceará, de acordo com o Ministério Público (MPRJ) do estado.
O governo do RJ informou que mais de 400 agentes de 11 batalhões participaram da operação — entre eles, policiais do Batalhão de Ação com Cães e do Grupamento Aeromóvel (GAM) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) —, para realizar mandados de prisão e de busca e apreensão. Antes do sol nascer, moradores da comunidade já registravam sons de tiro dentro da Rocinha.
O MPRJ informou que, até o fim desta tarde, foram apreendidos 40 tabletes de cocaína, dois revólveres e 50 munições de arma de fogo, e que a ação “ocorre em apoio à Polícia Civil do Estado do Ceará e tem como alvos integrantes da organização criminosa Comando Vermelho”.
Segundo a PM, os criminosos teriam iniciado a troca de tiros. Após “estabilizarem a área”, foram encontradas cápsulas de calibres diversos, inclusive de ponto 50, uma metralhadora antiaérea.
Até o momento, foi contabilizada a morte de ao menos um suspeito, Vitor dos Santos Lima, de 24 anos. Conhecido como “playboy”, ele seria segurança do chefe do tráfico da comunidade, conhecido como Johny Bravo — John Wallace da Silva Viana. O advogado de Vitor, Alberico Montenegro, que o havia defendido em 2017 em um processo de associação ao tráfico, confirmou a morte em suas redes sociais.
“O relato de familiares é de que meu cliente foi morto com tiro na cara! Ele não estava devendo nada para a Justiça! Isso não pode ser admitido como ‘auto de resistência’, isso não pode ser admitido como ‘revide de agressão injusta’. Façam a prisão que tem que ser feita e o advogado vai defender quem tem o seu direito!”, escreveu Montenegro.
O advogado também compartilhou imagens de agentes da PM que não utilizavam câmeras corporais. Quando um dos policiais foi questionado pelo advogado a respeito da falta dos aparelhos na farda, o agente rebateu: “Sabe quem responde isso? O comandante do Batalhão”.
Procurada, a PMERJ não respondeu ao Correio. O espaço segue aberto para manifestações.
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*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro