COMBATE A DENGUE

Ministério da Saúde faz dia D de mobilização contra dengue neste sábado

A iniciativa marca o começo do novo plano de ação do governo, que dispõe de R$ 1,5 bilhão para combater a doença em 2025

O Dia D de mobilização contra a dengue inclui ações educativas e mutirões de limpeza em bairros e comunidades para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti -  (crédito: Foto: Reprodução Agência Brasília)
O Dia D de mobilização contra a dengue inclui ações educativas e mutirões de limpeza em bairros e comunidades para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti - (crédito: Foto: Reprodução Agência Brasília)

De iniciativa do Ministério da Saúde, o dia D contra a dengue vai mobilizar neste sábado (14/12) todo o território nacional, incluindo as 26 unidades da Federação, Distrito Federal e os mais de 5 mil municípios. Com a volta do período chuvoso, depois da seca vivida na maior parte do país, os focos de dengue ficam mais propícios, e para combater o aumento de casos da doença, o governo federal promete dobrar o investimento em 2025, totalizando R$ 1,5 bilhão. 

O Dia D de mobilização contra a dengue inclui ações educativas, mutirões de limpeza e outras atividades de conscientização realizadas em bairros e comunidades para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que além da dengue também transmite zika e chikungunya.

As atividades serão realizadas por agentes comunitários de saúde e de combate a endemias, por meio de visitas às casas dos brasileiros. Esses profissionais, responsáveis por orientar as famílias e eliminar os focos do mosquito, estarão uniformizados e identificados.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância da iniciativa: “Com apenas 10 minutos por semana, é possível salvar vidas. Precisamos eliminar focos dentro de casa e descartar corretamente recipientes que acumulam água. Este é um esforço conjunto e contamos com a participação de todos”.

A pasta informa que, para conter a dengue, a principal medida é eliminar focos de água parada, uma vez que o Aedes se reproduz nesses ambientes. A orientação é virar garrafas e recipientes vazios com a boca para baixo, em especial se esses objetos estiverem ao ar livre, pois podem acumular a água da chuva.

Outras medidas importantes são tampar caixas d'água, tambores e cisternas, limpar e trocar regulamente a água de vasos de plantas e pratos, e manter o quintal limpo. O acúmulo de água também pode ser evitado com a remoção de entulhos em terrenos baldios e áreas externas, com a adição de areia em pratos plantas, e com o descarte correto do lixo.

Este novo ciclo faz parte da segunda fase da campanha nacional de conscientização. Sob o lema Tem sintomas? A hora de ficar atento à dengue, zika e chikungunya é agora, a iniciativa busca incentivar a população a procurar as unidades básicas de saúde (UBSs) logo que identificar sintomas de febre, dores atrás dos olhos e manchas vermelhas no corpo.

Plano de ação para 2025

O Ministério da Saúde disponibilizou R$ 1,5 bilhão para o Plano de Ação 2024/2025 com o objetivo de reduzir casos e óbitos por arboviroses, grupo de doenças virais transmitidas principalmente por mosquitos e carrapatos. O valor é 50% maior do que o investido no ciclo anterior. 
O recurso será utilizado para arcar com as despesas com novas tecnologias que proporcionem o uso de métodos inovadores, com vacinação e ampliação de insumos laboratoriais para a realização de testes, e no controle vetorial por meio da distribuição de inseticidas e biolarvicidas.

Aumento dos casos

Até 7 de dezembro deste ano, foram contabilizados 6,6 milhões de casos prováveis de dengue no país segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do MS. O número é 400% maior do que aquele registrado em 2023, quando o número de casos prováveis da doença era de 1,6 milhão.
Quase 6 mil pessoas morreram em decorrência da dengue este ano, sendo que outros 1.088 óbitos ainda estão em investigação, um aumento também expressivo com relação ao de 2023, de 500% — no ano passado, 1,1 mil mortes foram confirmadas.
O coeficiente de incidência da dengue no Brasil é 1 mil vezes superior à taxa indicada pelo Organização Mundial da Saúde (OMS) para que uma doença seja considerada epidemia. Segundo o órgão internacional, pode-se declarar em situação epidemiológica a nação ou região que tenha mais de 300 casos de infecção ou problemas de saúde por cada 100 mil habitantes.
As regiões mais afetadas, de acordo com o Boletim InfoDengue, são o Sul e o Sudeste, sendo Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal os estados com maior índice da doença.

Camila Curado
postado em 13/12/2024 17:12 / atualizado em 13/12/2024 17:18
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