Sociedade

Pesquisadora lança livro sobre adolescentes infratoras: "Apagamento social profundo"

Obra traz luz às vivências de jovens no sistema socioeducativo e amplia o debate sobre o apagamento social e as desigualdades estruturais

O livro
O livro "Mulheres Infratoras", da escritora Élida Braga - (crédito: Divulgação)

Adolescentes que infringem a lei enfrentam desafios que vão muito além do cumprimento de medidas socioeducativas. Essa é a premissa central do livro Mulheres Infratoras: a adolescência, a precarização, o apagamento social (pode ser encontrado no site da editora aqui, R$ 79,00), que será lançado pela educadora e policial Élida Braga nesta quinta-feira (12/12), às 18h, na Biblioteca do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em Brasília.

O evento visa ser uma oportunidade para mergulhar em debates, com a presença de pesquisadores, profissionais da segurança pública e interessados em justiça social. A estreia também marcará o lançamento do Selo Prisões, Violência e Sociedade, da editora Giostri, que inclui mais dez publicações sobre segurança pública, direitos humanos e o sistema prisional.

Com uma abordagem que entrelaça pesquisa acadêmica, narrativas pessoais e análise sociológica, Mulheres Infratoras expõe a invisibilidade das adolescentes no sistema socioeducativo e revela como a condição de gênero amplifica as punições que elas enfrentam.

"Mulheres no sistema socioeducativo vivem um apagamento social profundo, marcado por uma lógica de dupla punição: por suas infrações e por ocuparem um espaço socialmente considerado inadequado para elas", destaca Élida Braga.

A autora também desconstrói estereótipos enraizados na sociedade, mostrando como essas jovens têm uma vivência própria e não se limitam ao papel de coadjuvantes de figuras masculinas.

O livro reflete ainda sobre como a estrutura das instituições e as desigualdades de gênero impactam a trajetória dessas adolescentes.

Com mais de duas décadas de atuação no serviço público, Élida Braga alia sua experiência prática como sargento da Polícia Militar de Sergipe a uma sólida formação acadêmica, que inclui mestrado e doutorado em Sociologia.

Ela trabalhou em unidades operacionais como o Batalhão de Choque e atualmente atua na Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do MJSP, desenvolvendo pesquisas e projetos voltados à segurança pública e direitos humanos.

Além deste lançamento, Élida prepara uma nova obra para 2025: ‘Mulheres Policiais: desigualdades e estratégias no cotidiano das unidades operacionais’, fruto de sua pesquisa de mestrado.

O evento de lançamento terá entrada gratuita. A presença pode ser confirmada neste link.

Luana Patriolino
postado em 12/12/2024 14:48 / atualizado em 12/12/2024 14:49
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