CENSO

IBGE: número de moradores em imóvel próprio cai e de aluguéis crescem

Famílias unipessoais e monoparentais foram maioria entre população que mora em imóveis alugados

O Centro-Oeste é a região com mais pessoas morando de aluguel e menos moradores em casa própria -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 29/6/20)
O Centro-Oeste é a região com mais pessoas morando de aluguel e menos moradores em casa própria - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 29/6/20)

Novo conjunto de dados do Censo 2022, os resultados preliminares sobre as Características dos Domicílios, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (12/12) mostraram que um em cada cinco brasileiros, 20,9% mora de aluguel. O índice apresentou um crescimento em relação ao Censo 2010, quando 16,4% da população residia em imóveis alugados. 

A tendência de crescimento dos aluguéis iniciou entre 2000 e 2010, após um período de declínio entre 1980 e 2000. 

Em contrapartida, reduziu o número de pessoas que moram em imóvel próprio de algum morador. A porcentagem é de 72,7%, uma queda em relação a 2010, 75,2%, que, por sua vez, é menor que o observado em 2000, 76,8%. A curva do indicador segue a tendência contrária à do aluguel, tendo crescido de 1980 a 2000 e diminuído desde então. 

A pesquisa indicou ainda que, dos 72,7% que moram em casa própria, 9,1% continuam pagando o imóvel. Em Valparaíso de Goiás (GO), o índice atingiu 41,4%. O município, assim como outras cidades que apresentaram porcentagem elevada em relação à média nacional, foi marcado por grandes empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida. 

O centro-oeste é a região com, proporcionalmente, mais pessoas morando de aluguel, 26,7%, e menos moradores em casa própria, 65%. Entre os 65%, 13,3% ainda não quitaram o imóvel, o que representa ainda a maior porcentagem de moradores que estão pagando a casa própria. Já a região Norte é o local com maior porcentagem da população em imóveis próprios, 77,7%, e menos em alugados, 14,59%.

É ainda na região Centro-Oeste a maior porcentagem de pessoas em casas cedidas ou emprestadas, 7,4%. A média nacional é de 5,6%. 

Segundo o Censo, 53,9% dos imóveis são ocupados por dois moradores e 35,1% por apenas um morador. Os arranjos domiciliares unipessoais e monoparentais (majoritariamente femininos) foram os que mais apareceram nos apartamentos alugados. 

Os dados contabilizam apenas os Domicílios Particulares Permanentes Ocupados (DPPOs). Não foram incluídos moradores de imóveis coletivos e improvisados nem imóveis vagos ou de uso ocasional. 

Tecnologia

O Censo indicou ainda que 89,4% da população residia em domicílios com acesso à internet. O Distrito Federal foi a unidade da federação que apresentou maior média com 96,2%, enquanto o Acre teve a menor, 75,2%. Embora nenhum município brasileiro tenha alcançado 100% da população em moradias com o acesso, 195 superaram a marca de 95%.

A ausência de internet no domicílio foi maior entre indígenas, 44,5%, e menor entre pessoas brancas, 7,5%. Balneário Camboriú (SC) apresentou a maior conectividade, 97,3%, enquanto Breves (PA) teve a menor, 51,1%. 

Não é possível fazer uma série histórica do dado, já que o Censo Demográfico 2022 foi o primeiro a analisar o número de pessoas com acesso à internet no Brasil. 

Dados preliminares indicaram ainda que 68,1% das pessoas residem em domicílios com máquina de lavar roupas. O número evidenciou desigualdades regionais. Enquanto no Sul, 89,8% dos moradores moravam em imóveis com o eletrodoméstico, no Nordeste, o número foi de 37,1% no Nordeste. 

A maior média entre municípios com mais de 100 mil habitantes foi registrada em São Caetano do Sul (SP), com 97,6%. Enquanto Codó (MA), apresentou apenas 17,8%.

 

Gabriella Braz
postado em 12/12/2024 14:00
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