Diversão, disputa acirrada, animação e até torcida organizada. Esse clima de alegria marcou a a segunda edição do Concurso do Melhor Roedor de Pequi do Mundo, que foi realizada em Montes Claros, no Norte de Minas, na tarde deste sábado (7/12). A prova teve como proposta a valorização do pequi, o fruto-símbolo do Cerrado, cuja safra foi iniciada neste mês e vai até fevereiro, garantindo o sustento e renda para milhares de moradores dos pequenos municípios norte-mineiros.
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O vencedor da segunda edição do inusitado concurso foi o operador de máquinas Délio Souza Silva, que roeu 56 pequis em 10 minutos. Mas, nos critérios também foi avaliava a “qualidade da roída”. Com isso, Délio venceu outros dois concorrentes que roeram mais frutos do que ele: Jonathan (roeu 59 pequis), o segundo colocado; e a policial militar Jaqueline Silva Batista (roeu 57 pequis), terceiro lugar. Jaqueline tinha sido a campeã da primeira edição do concurso, no ano passado.
A curiosa prova foi aconteceu no bar e restaurante Venda do Fred, espaço que reúne gastronomia e tradições culturais da cidade. A competição foi realizada no período em que é realizada em Montes Claros a 31ª Festa Nacional do Pequi, que prossegue até este domingo (8/12), com barracas de comidas típicas, com destaque para os pratos do fruto-símbolo do Cerrado. O evento também conta com apresentações musicais. A principal atração da noite deste sábado é o cantor Beto Guedes.
“Essa iniciativa surgiu com a nossa proposta de valor o que temos de melhor no Norte de Minas. Temos que valorizar o pequi, que é a riqueza da nossa gastronomia”, afirmou o empresário e agente cultural Fred Rocha, organizador da prova. “A nossa ideia é mostrar para o mundo o que temos de melhor. Na Itália existe a trufa, uma iguaria estranha como o pequi, de sabor diferenciado como o pequi, que é valorizada por eles e custa uma fortuna. Estamos fazendo a mesma coisa com o nosso fruto-símbolo do Cerrado.
A segunda edição do concurso do Melhor Roedor de Pequi do Mundo contou com 32 concorrentes. Antes da “largada” para os 10 minutos de prova, a coordenadora da comissão julgadora, Felicidade Tupinambá, fez a leitura dos critérios avaliados na competição: maior número de pequis roídos, qualidade da roída do participante, boca e dentes verdadeiramente amarelados, familiaridade (“ausência de frescura”) para pegar no fruto e paixão pelo pequi.
Iniciada a prova, o clima muita diversão, disputa e ansiedade, com os participantes tentando demonstrar habilidade e rapidez na “arte de roer pequi”. O público acompanhou os concorrentes, com direito a manifestação de torcida organizada e registros de muitas fotos e vídeos.
Além de Felicidade Tupinambá, a comissão organizadora foi integrada pela educadora física e empresária Alessandra Ribeiro e pela jornalista Cida Santana. Os jurados fizeram a contagem de todos os pequis roídos pelos concorrentes e analisaram a “qualidade da roída”.
O vencedor, operador de máquinas Délio Souza Silva recebeu como uma premiação R$ 1 mil em espécie e outros brindes. “Desde a primeira edição desse concurso fiquei interessado em participar da prova, mas acabei me inscrevendo na última hora. Estou muito feliz por me tornar o melhor roedor de pequi do mundo”, declarou o campeão do concurso.
Délio disse que conhece a “arte de roer pequi” desde criança, quando começou a gostar do sabor forte e característico do fruto-símbolo do Cerrado no sítio da família, na zona rural de Grão Mogol, onde nasceu. Ele lembrou que naquela região existem muitos pés de pequi.
“Agora, vou me preparar para bater o meu próprio recorde no concurso do melhor roedor de pequi do mundo no ano que vem”, anunciou o vencedor da prova de 2024.