Uma estudante de direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foi demitida do escritório Machado Meyer após ser acusada de cometer atos discriminatórios contra alunos da Universidade de São Paulo (USP) durante jogos universitários realizados no último sábado (16/11), em Americana, interior paulista.
Marina Lessi de Moraes é a quarta estagiária desligada após a repercussão do episódio. Além dela, Tatiane Joseph Khoury, Matheus Antiquera Leitzke e outro jovem, que não teve o nome divulgado, perderam vagas em escritórios de advocacia. A identificação dos envolvidos foi possível graças a uma “força-tarefa” formada por estudantes das universidades envolvidas, que analisaram vídeos e fotos feitos durante a partida de handebol masculino.
Durante o jogo, torcedores uniformizados da PUC-SP foram flagrados gritando insultos de cunho racista e fazendo gestos que simulavam dinheiro, dirigidos a estudantes negros da USP. Entre as frases registradas estavam “cotista filho da p***” e “manda o Pix da esmola”.
Os escritórios envolvidos tomaram decisões rápidas após a identificação dos estagiários. O Machado Meyer destacou, em nota, que o desligamento de Marina está alinhado com os valores institucionais da empresa, que preza pela inclusão e respeito.
Tatiane Joseph Khoury, estagiária do escritório Pinheiro Neto, também foi demitida. A empresa afirmou que “não tolera e repudia qualquer forma de racismo ou preconceito”.
No caso de Matheus Antiquera Leitzke, o escritório Tortoro, Madureira & Ragazzi informou que o jovem admitiu sua participação nos atos durante uma reunião com o coordenador e o setor de Recursos Humanos. Ele abriu mão do prazo para defesa e foi desligado imediatamente.
Já o estagiário do escritório Castro Barros Advogados foi afastado antes mesmo de ter seu nome confirmado. A empresa declarou, pelo LinkedIn, que não compactua com atitudes discriminatórias e que tais ações são incompatíveis com seus valores institucionais.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) instaurou um inquérito policial para apurar as denúncias de racismo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os vídeos apresentados pelas vítimas estão sendo analisados.
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais, levando os envolvidos a apagarem os perfis profissionais no LinkedIn.
*Estagiária sob a supervisão de Pedro Grigori
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