Mato Grosso

Cantora trans pode ter sido executada pelo Comando Vermelho, diz a polícia

Conforme Junqueira, a principal linha de investigação acerca da motivação do crime sugere que a artista se opunha à facção criminosa

A Polícia Civil de Mato Grosso (PCMT) investiga a morte da cantora transexual conhecida como Santrosa, encontrada decapitada com mãos e pés amarrados, em Sinop a pouco mais de 500 quilômetros de Cuiabá. As autoridades suspeitam que a Santrosa pode ter sido executada pelo Comando Vermelho, conforme afirmou o delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Braulio Junqueira, à TV Centro América. Até o momento, a polícia não identificou nenhum suspeito.

Conforme Junqueira, a principal linha de investigação acerca da motivação do crime sugere que a artista se opunha à facção criminosa e estaria transmitindo informações do Comando Vermelho a terceiros.

"A forma como foi feita a execução, sequestrar e decapitar a pessoa é uma marca registrada dessa quadrilha. É para demonstrar o que é feito com caguetas, com informantes, com pessoa que joga contra os interesses desse Comando Vermelho. Então, em razão disso, a polícia vai trabalhar agora para ver se consegue chegar aos autores desse crime. Nós não temos dúvida de que quem matou foi um integrante do Comando Vermelho. E agora falta definir realmente a motivação desse crime", afirmou o delegado na entrevista.

O que aconteceu

Santrosa foi encontrada morta no último domingo (10/11) em uma região de mata em Sinop, cerca de 503 km de Cuiabá. De acordo com a Polícia Civil, além do corpo de Santrosa ser encontrado com as mãos e pés amarrados e a cabeça estava decapitada.

Segundo a PCMT, a vítima estava desaparecida desde sábado (9/11), quando saiu de casa por volta das 11h. Neste dia, ela faria um show, mas não compareceu.

A Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso, em nota, lamentou a morte e informou que acionou o Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH).

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Além de cantora, Santrosa também era suplente de vereadora e disputou as eleições municipais de 2024 pelo PSDB. Caso fosse eleita, seria a primeira mulher trans a ocupar o cargo, conforme publicou em sua rede social. Ela também trabalhou como modelo e, em abril, participou do Miss Mato Grosso 2024 e se apresentava nas redes sociais como CEO de uma produtora de artistas e modelos.

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