PREMIAÇÃO

Petrobras fica em segundo lugar em premiação de trabalho saudável

Petrobras foi a única representante brasileira na disputa

A 12ª edição do Global Healthy Workplace Awards & Summit, realizada na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tornou o tema sobre bem-estar e saúde no ambiente de trabalho o destaque do evento. Organizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e pelo Global Centre for Healthy Workplaces (GCHW), nos dias 6 e 7 de novembro, o evento teve como objetivo incentivar iniciativas empresariais que promovam condições mais saudáveis e sustentáveis para os trabalhadores.

Empresas de diferentes partes do mundo participaram. Entre as finalistas, a Petrobras foi a única representante brasileira, ficando em segundo lugar na categoria Grande Empregador, atrás apenas da Universidade Nacional de Singapura.

A Petrobras foi destaque ao promover um ambiente de trabalho saudável e acolhedor. A gerente geral de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da empresa, Lilian Ferrari, ressaltou que a Petrobras há muito tempo está “na vanguarda de muitos temas e em muitas ações” e que a presença da empresa entre as finalistas não é nenhuma surpresa.

Ao Correio, Lilian destacou ainda as ações específicas voltadas para a igualdade de gênero, especialmente em um ambiente majoritariamente masculino. Com mais de 80% da força de trabalho composta por homens, a Petrobras desenvolveu estratégias para evitar a violência e promover a inclusão de mulheres. Entre as medidas, Lilian destacou o programa Homens Aliados, que educa e sensibiliza homens sobre comportamentos respeitosos, além de um plano estratégico para aumentar a presença feminina em posições de liderança.

“Muitos dos aspectos que as mulheres não aceitam mais estão no âmbito cultural. Esse homem precisa aprender que não é mais cabível certas brincadeiras”, explicou Lilian sobre o processo de mudança cultural para alcançar um ambiente de igualdade.

A Petrobras também estruturou uma equipe de saúde mental disponível 24 horas por dia, capacitada para atender casos de violência e para prestar suporte contínuo aos colaboradores. 

No evento, Ingrid Cicca, representante da Rede d’Or, abordou um dos temas mais urgentes para o mercado de trabalho brasileiro, o crescente índice de depressão e ansiedade. “O Brasil está entre os países com maior índice de depressão e ansiedade no mundo. Se você tem um trabalhador doente, você tem uma empresa doente”, afirmou Ingrid.

O superintendente de Saúde e Segurança na Indústria do SESI, Emmanuel Lacerda, explicou que um ambiente de trabalho saudável permite que o trabalhador exerça potencial sem prejudicar sua saúde. “Um trabalho saudável está naquele ambiente que permite que o trabalhador tenha todas as suas capacidades para desenvolver um bom trabalho, sem nenhum tipo de consequência para a sua saúde”.

Mudanças climáticas impactam o trabalhador

Um dos temas centrais do evento foi o impacto das mudanças climáticas nas condições de trabalho, especialmente para profissionais que atuam ao ar livre. Wolf Kirsten, co-fundador do Global Centre for Healthy Workplaces, contou que o Brasil vem assumindo uma posição de liderança na agenda de descarbonização. Kirsten apontou a importância de investir em ambientes de trabalho saudáveis e sustentáveis, especialmente com a COP30 programada para ocorrer em Belém no próximo ano. “Precisamos discutir como podemos contribuir com um ambiente de trabalho sustentável”.

A especialista em saúde e segurança no trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Halshka Graczyk, acrescentou que aproximadamente 70% dos trabalhadores em todo o mundo estão expostos ao sol em suas atividades, enfrentando riscos à saúde devido ao aumento das temperaturas globais. Essa exposição ao calor extremo está relacionada ao desenvolvimento de diversas doenças graves, como câncer de pele e problemas respiratórios, afetando principalmente trabalhadores de áreas como construção civil, agricultura e combate a incêndios.

“As consequências do calor podem causar muitas doenças, como câncer de pele, problemas respiratórios, entre várias outras doenças”, disse Graczyk. Ela ressaltou a necessidade urgente de soluções que protejam esses profissionais, incluindo políticas de horário de trabalho mais flexíveis e o oferecimento de equipamentos de proteção.

 

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