O Batalhão de Choque da Polícia Militar realizou operação nesta quarta-feira (27/11) nas aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados (MS), após indígenas bloquearem por dois dias a rodovia MS-156 em protesto contra a falta de água na região. A ação na reserva resultou em feridos, incluindo uma mulher atingida por bala de borracha e pessoas sufocadas por bombas de gás.
Vídeos registrados por moradores das aldeias e pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostram os policiais lançando bombas e atirando balas de borracha contra manifestantes, além de prisões com agressões. As aldeias compõem a maior reserva indígena em área urbana do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Os indígenas Guarani Kaiowá e Terena denunciam sofrer há semanas com falta de água potável, um problema crônico na Reserva de Dourados. Lideranças afirmam que ações violentas da polícia têm se tornado frequentes, apesar da Constituição determinar que terras indígenas são de jurisdição federal, o que torna ilegal a presença da Polícia Militar na área.
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Organizações como Aty Guasu, Conselho Terena e Cimi denunciam despejos forçados, prisões arbitrárias e repressão a protestos pacíficos, agravando a situação de direitos humanos na região. A comunidade exige soluções urgentes para o abandono e a violência.
Procurada, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.
*Estagiária sob a supervisão de Carlos Alexandre de Sousa
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