A Polícia Federal instaurou, neste sábado (09), um inquérito para investigar a morte do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), assassinado na sexta-feira, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Segundo o governo, a apuração será realizada de forma integrada com a Polícia Civil de São Paulo.
De acordo com a PF, “a investigação será realizada de forma integrada com a Polícia Civil de São Paulo e decorre da função de polícia aeroportuária da instituição”. Os quatro policiais militares que seriam responsáveis pela escolta de Gritzbach foram identificados e afastados de suas atividades operacionais. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), os agentes tiveram os celulares apreendidos após prestarem depoimento à Polícia Civil e à Corregedoria da Polícia Militar.
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que os "responsáveis serão severamente punidos". Os policiais Adolfo Oliveira Chagas, Leandro Ortiz, Romarks César Ferreira de Lima e Jefferson Silva Marques de Sousa foram contratados para prestar segurança particular a Gritzbach, mas, segundo uma das linhas de investigação do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), eles teriam falhado de forma proposital, supostamente indicando o horário do desembarque aos executores.
Durante o depoimento, os policiais afirmaram que um dos carros que buscaria o delator no terminal 2 do aeroporto apresentou problemas mecânicos durante o trajeto, obrigando-os a seguir a escolta com apenas um veículo e um policial. Os outros três permaneceram no carro avariado, que ficou parado em um posto de combustível. Os aparelhos celulares dos quatro homens foram apreendidos, e uma perícia será realizada para verificar as últimas mensagens e ligações, antes e após a execução.
O crime
Vinícius Gritzbach, delator do PCC ao Ministério Público, retornava de Maceió (AL) acompanhado da namorada quando, por volta das 16h, foi alvejado ao desembarcar no terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos. Os disparos de fuzil vieram de um veículo Gol preto, assim que o empresário pisou na área externa do aeroporto. A mulher não foi atingida e fugiu do local antes da chegada da polícia. Ela foi localizada e prestará depoimento em breve.
Gritzbach vinha recebendo ameaças do PCC, pois havia colaborado com delações detalhadas sobre a estrutura da organização, incluindo divisão de tarefas e práticas de lavagem de dinheiro. Ele também era réu por lavagem de dinheiro, acusado de movimentar mais de R$ 30 milhões provenientes do tráfico.
De acordo com a perícia, a vítima foi atingida por pelo menos 10 disparos na cabeça, tórax e braços. A SSP-SP informou que outras três pessoas também foram baleadas: dois motoristas de aplicativo e uma passageira que desembarcava no aeroporto. Segundo as autoridades, todos os feridos estão em estado de saúde estável.
Tarcísio de Freitas publicou uma declaração no X sobre o ocorrido. Segundo o governador, tudo indica que a ação está relacionada ao crime organizado. "Todas as circunstâncias serão rigorosamente investigadas e todos os responsáveis serão severamente punidos. Reforço meu compromisso de seguir combatendo o crime organizado em São Paulo com firmeza e coragem", disse.
Por: Vanilson Oliveira