O policial militar Rodrigo José de Matos Soares, apontado como autor do disparo que matou Ágatha Vitória Sales Félix, de apenas 8 anos, foi absolvido pelo 1º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro neste sábado (9/11), após 12 horas de julgamento.
A menina foi atingida pelo tiro de um fuzil em 20 de setembro de 2019, quando estava em uma kombi voltando para casa acompanhada da mãe. O disparo atingiu as costas de Ágatha, que não resistiu e morreu. A tragédia ocorreu na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão.
O júri foi composto por sete pessoas, sendo cinco homens e duas mulheres. Policiais militares que estavam entre as testemunhas do acusado sustentaram a versão de que uma dupla em uma moto passou atirando. O relato foi contestado pelas testemunhas de acusação.
Dessa maneira, o júri entendeu que Rodrigo foi o autor do tiro e que ele mentiu em suas primeiras versões. Ainda assim, o grupo decidiu que o policial militar não teve a intenção de matar. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) recorreu da decisão.
O advogado da família de Ágatha, Rodrigo Mondego, criticou a decisão por meio das redes sociais. "O júri confirmou que o policial réu mentiu e realmente foi o autor do tiro que acertou a menina. Mesmo assim o absolveu", escreveu.
"Mas o que mais quero é pedir perdão para a família da Ágatha. Perdão pois, como profissional, junto com minhas colegas, mesmo dando o nosso melhor, não conseguimos a condenação do réu. Perdão também como sociedade, tenho vergonha de fazer parte dessa sociedade asquerosa que respalda violência do Estado ao ponto de absolver quem é responsável pela morte de uma criança de 8 anos", acrescentou o advogado.