Apesar de 2024 ter apresentado uma queda no índice de desmatamento em relação a 2023, a professora de ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e membro da Academia Brasileira de Ciências Mercedes Bustamante afirma que a humanidade precisará se adaptar para o novo cenário climático mundial.
Segundo a especialista, é necessária uma resposta urgente para a redução das emissões dos gases de efeito estufa. Além disso, Mercedes alerta para a necessidade de adaptação para possíveis mudanças globais causadas pelo aquecimento global. As falas foram feitas no CB.Agro desta sexta-feira (8/11) — uma parceria do Correio com a TV Brasília.
“Isso que nós chamamos de redução das emissões na linguagem do clima é a mitigação e tem outro lado que é a adaptação. Mas a adaptação também tem limites, né? Por exemplo, a nossa capacidade de tolerar aumento da temperatura. Fisiologicamente é limitada, a gente morre de calor. Ondas de calor vão ser um problema muito grande no Brasil”, ressaltou.
A especialista explica que será necessária a união entre sociedade civil, organizações e empresas — a chamada governança ambiental — para cobrar atitudes do governo, assim a “atuação e a vontade política” irão se manifestar “de forma mais contundente”. Mercedes lamenta que nas eleições municipais deste ano, o tema de adaptação às mudanças climáticas não tenha aparecido na pauta dos candidatos.
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“É importante lembrar que se o Brasil faz o seu papel, o mundo inteiro é beneficiado, porque a atmosfera é um bem comum global. Mas se a gente faz adaptação aqui no Distrito Federal, não resolve o problema do Rio de Janeiro. Adaptação é uma questão local. O governo federal tem um papel importante, sim, de articulação, de financiamento, de mostrar caminhos, mas estados e municípios vão ter que se organizar para isso”, explicou a especialista.
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