O Jockey Club de São Paulo informou, na tarde desta sexta-feira (8/11), o falecimento do economista Ibrahim Eris, aos 80 anos. Nascido na Turquia, ele foi presidente do Banco Central do Brasil entre 1990 e 1991, durante o governo Collor. Não há informações sobre a causa da morte.
O Jockey Club, do qual o economista também foi ex-diretor, proprietário e associado, divulgou a cerimônia de despedida, que ocorre neste sábado (9/11), das 10h30 às 13h30, no cemitério do Morumby, em São Paulo.
Ibrahim Eris nasceu na Turquia em 1944, onde se graduou nos cursos de economia e estatística. Nos Estados Unidos, concluiu doutorado na mesma área na Vanderbilt University, em Nashville, e foi professor em outra universidade, a Rice University, no Texas.
Em 1973, emigrou para o Brasil, onde se tornou professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP).
Enquanto dava aulas, Eris foi vice-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cargo para o qual foi convidado pelo então ministro do Planejamento, Delfim Neto. Depois, saiu do serviço público para abrir uma consultoria privada.
Pouco antes das eleições de 1989, foi convidado por Zélia Cardoso de Mello, que mais tarde se tornaria ministra da Economia, Fazenda e Planejamento, para fazer parte do grupo que prepararia o programa econômico do então candidato Fernando Collor de Mello. Zélia havia sido aluna e depois colega de Eris na USP.
Na época em que aceitou fazer parte da equipe, Collor tinha em torno de 4 ou 5% das intenções de voto, segundo conta o próprio Ibrahim em entrevista disponível em livro sobre ele na coleção História contada do Banco Central do Brasil. “Respondi a ela que Collor não era meu candidato, mas que a ajudaria. Fizemos o trabalho e Collor foi eleito.”
Depois da eleição de Collor, Ibrahim Eris seguiu trabalhando com a equipe econômica comandada por Zélia, e logo se tornou presidente do Banco Central, cargo que exerceu de 15 de março de 1990 a 17 de maio de 1991.
Apesar de fazer parte de um programa econômico ultraliberal, Ibrahim considerava que, à época, tinha “inclinações esquerdistas”.
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