Por Larissa Figueiredo, do Estado de Minas - O fundador da associação Arautos do Evangelho, monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, morreu nessa sexta-feira (1º/11), aos 85 anos, em Franco da Rocha (SP). O líder religioso enfrentava sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido há 14 anos.
Em nota, o grupo lamentou a partida do monsenhor: “seus filhos espirituais continuarão, com serenidade, entusiasmo e concórdia, mas também vigilantes e destemidos, sua missão em prol da Santa Igreja e da sociedade civil”.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, manifestou condolências ao grupo. “Desejo conforto aos amigos e familiares, com votos de que se mantenha seu legado de fé e esperança em um Brasil melhor”, declarou.
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Além da Associação Privada Internacional de Fiéis Arautos do Evangelho, aprovada em 2001 pelo Papa João Paulo II, Clá Dias fundou a Sociedade Clerical de Vida Apostólica Virgo Flos Carmeli e a Sociedade Feminina de Vida Apostólica Regina Virginum, ambas aprovadas pelo Papa Bento XVI em 2009.
Formado em direito na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, e doutor em Teologia e Direito Canônico, foi percussor do Instituto Filosófico Aristotélico-Tomista e o Instituto Teológico São Tomás de Aquino, além da revista científica Lumen Veritatis e a revista de cultura católica Arautos do Evangelho. Neste período, escreveu 27 obras, várias delas traduzidas em sete idiomas.
Em 2017, João Clá Dias renunciou à liderança dos Arautos do Evangelho após um escândalo com o Vaticano. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostrava o fundador citando um suposto interrogatório de um demônio, no qual alegava ter poder sobre o papa Francisco.
À época, pesavam ainda sobre os Arautos denúncias de pelo menos 40 casos de abuso psicológico, humilhações, assédio e estupro - na sede oficial, em Caieiras (SP). A associação negou as acusações e afirmou se tratar de preconceito religioso.