O segundo dia de julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foi marcado pelo foi marcado pelo duro posicionamento do Ministério Público, que pede a condenação, mas também contou com as defesas dos acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em 14 de março de 2018 no Rio de Janeiro. Os advogados pediram "penas justas" aos acusados e comentaram sobre quais seriam as verdadeiras participações dos réus no crime.
Saulo Carvalho, advogado de Lessa, enfatizou que o réu, em sua delação premiada, revelou informações importantes para a elucidação do caso. Ele pediu a condenação do seu cliente "de forma justa", pois o acusado não teria matado Marielle e Anderson por motivos políticos.
"No julgamento de hoje, eu peço a condenação de Ronnie Lessa, mas que ele seja condenado de uma forma justa, que ele responda na medida da sua culpabilidade, do que ele fez e não do que não fez", argumentou.
"Culpa menor"
Já a advogada de Élcio Queiroz, Ana Paula Cordeiro, defendeu que Queiroz não tinha cometido crimes prévios e aceitou a tarefa (de matar Marielle) sem saber quem era a vereadora. "A culpa do Élcio é muito menor do que a do Ronnie", sustentou ao ler trechos dos autos. Ela afirmou que seu cliente pedia trabalhos para Ronnie, mas como segurança.
A defesa argumentou que Queiroz só soube quem era Marielle no caminho para o crime e que Ronnie teria dito a ele que a motivação era pessoal. Queiroz, inclusive, acreditava que o comparsa mataria apenas a vereadora e não sabia que o amigo tinha sido contratado por R$ 50 milhões para matar Franco, argumentou. "Eu peço aqui hoje que o réu, Élcio, seja condenado na medida da sua culpabilidade", clamou ao júri.
Cordeiro admitiu que Élcio Queiroz foi cúmplice na morte de Marielle Franco, mas que não houve motivo torpe porque ele não sabia quem ela era. Também concordou que o cliente participou da emboscada, mas que ele não era o autor do crime de Anderson.
Quanto à tentativa de assassinato da assessora Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado, a defesa sustentou que o acusado deveria ser absolvido por falta de materialidade de provas. Também foi reforçado que Queiroz nunca monitorou Marielle ante do atentado e que somente tendo dirigiu o carro usado no assassinato. Tudo foi planejado por Ronnie Lessa, reforçou.
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