Uma nova linhagem da covid-19, chamada XEC, foi detectada no Brasil. A variante, que pertence à família da ômicron, foi encontrada no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina. A descoberta é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) após análise de amostras de dois pacientes diagnosticados com a doença em setembro.
Essa nova linhagem está sendo monitorada mundialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade classificou a XEC com potencial "vantagem de crescimento" em relação a outras cepas em circulação. Segundo a Fiocruz, o achado foi possível graças à vigilância genômica, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
O monitoramento foi intensificado entre agosto e setembro, período no qual amostras de swab nasal de pacientes diagnosticados com Sars-CoV-2 por testes rápidos foram enviadas ao laboratório para sequenciamento genético.
Embora a XEC tenha sido identificada, a linhagem predominante no Brasil ainda é a JN.1, que circula de forma majoritária desde o fim de 2023. O surgimento da cepa é resultado de um processo conhecido como recombinação genética. De acordo com a Fundação, esse fenômeno ocorre quando um indivíduo é infectado simultaneamente por duas linhagens diferentes do vírus, o que pode levar à mistura dos genomas dos patógenos.
Dados da plataforma global de monitoramento genômico Gisaid indicam que a XEC já foi identificada em 35 países, com mais de 2,4 mil sequências genéticas registradas até 10 de outubro de 2024. A linhagem chamou a atenção pela primeira vez em junho e julho, com um aumento de casos na Alemanha. Desde então, a cepa se espalhou rapidamente, sendo detectada na Europa, Américas, Ásia e Oceania. Na Europa, o continente onde tem maior prevalência, há 13 países que confirmaram casos.
No Brasil, a vigilância genômica reforçada contribuiu para a detecção precoce da nova linhagem. No entanto, não há dados que sugiram que a XEC cause sintomas mais graves ou distintos das variantes anteriores. Os sintomas permanecem semelhantes aos de outras linhagens da ômicron, com febre alta, dor de garganta e cabeça, tosse, dor no corpo, além de fadiga.
Apesar de a OMS manter a XEC sob monitoramento, a entidade ainda não a classificou como uma "variante de preocupação", categoria que engloba cepas com maior transmissibilidade ou potencial de causar casos graves. As doses das vacinas da covid-19 oferecem proteção contra as subvariantes da ômicron.
O presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, Carlos Magno Fortaleza, tranquiliza a população sobre o risco de uma nova emergência de saúde pública. "Essa nova variante tem sido mundialmente monitorada. Aparentemente, a variante não causa doenças graves e não há comprovações de que seja mais transmissível. Então, o risco de mais uma emergência de saúde pública, como a pandemia, é muito pequeno. Não há necessidade, nesse momento, de nenhum cuidado especial da população", afirmou.
*Estagiária sob a supervisão de Luana Patriolino
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