LUTO

William Bonner lamenta morte e relembra histórias de Cid Moreira

Cid apresentou o Jornal Nacional por 26 anos, desde o dia da estreia do telejornal, em setembro de 1969. O apresentador morreu aos 97 anos

O apresentador William Bonner, editor-chefe do Jornal Nacional, da TV Globo, lamentou a morte de Cid Moreira e relembrou algumas histórias do ícone do jornalismo televisivo. "Eu passei um período da minha vida que pensava: o Cid tá velhinho. Embora, como vocês disseram, totalmente lúcido, então eu temia um pouco o dia que eu tivesse que ir à televisão para tratar desse assunto", disse Bonner, no Encontro com Patrícia Poeta.

Cid apresentou o Jornal Nacional por 26 anos, desde o dia da estreia do telejornal, em setembro de 1969. Bonner já apresentou o noticiário da TV Globo ao lado de Cid e classifica o momento como um dos mais marcantes da carreira.

"O segundo momento mais marcante da minha vida foi quando eu olhei para a minha direita e vi o Cid sentado à mesma bancada em que eu me encontrava para apresentar o JN. É uma experiência profissional que quem passou por ela tem uma certa dificuldade de descrever. Uma figura gigantesca", declarou o âncora.

"Para qualquer pessoa que tenha mais de 40 anos de idade, o Jornal Nacional teve aquele rosto ali. Para quem tem menos de 40 anos de idade, talvez o rosto do Jornal Nacional não seja o do Cid Moreira. Mas ele é o rosto e a voz do Fantástico. O Cid era um grande brincalhão, adorava que brincassem com eles", acrescentou Bonner.

Bonner também contou sobre a vez que Cid falou para ele que era imposível não ficar nervoso apresentando o Jornal Nacional. "Eu estava ao lado do Cid para apresentar o Jornal Nacional, nervoso. Eu respirei fundo, me virei e falei: 'Quando foi que você parou de ficar nervoso para fazer o Jornal Nacional.' E ele: 'Nunca. É impossível não ficar nervoso fazendo o Jornal Nacional. Existem gradações de tensão. Estou em um grau de tensão menor do que o seu porque eu faço a muito tempo. O dia em que você não estiver tenso para fazer o Jornal Nacional, você vai errar. Faz parte da nossa função", disse o jornalista.

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