A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, comentou sobre os riscos que a exposição a sites de apostas on-line, conhecidos como bets, podem trazer à sociedade, principalmente a crianças e adolescentes. Ela comentou que sua maior inquietação é o fácil acesso que jovens têm a esse tipo de conteúdo por meio da televisão e das redes sociais.
“Assim como ninguém está livre de ter um vício em álcool e outras drogas, ninguém está livre do vício em jogo. Por isso, essa questão precisa ser tratada com cuidado”, afirmou a ministra durante participação no programa Bom Dia, Ministra, transmitido nesta quarta-feira (2/9) pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Para ela, é essencial que o governo tome medidas firmes contra a crescente popularização dessas apostas on-line. “No dia a dia e a toda hora, quando usamos o celular, estamos expostos a uma propaganda que é massiva e naturaliza uma questão que não é natural. Não é natural pegar o salário, que é para comprar comida, e colocá-lo no jogo de apostas porque, no geral, quem ganha é a banca”, alertou Macaé.
“Sou avessa a jogos de azar, apostas, e a tudo que faça a pessoa perder a sua casa por uma brincadeira. Isso não é natural nem normal, nem deve ser incentivado em termos de sociedade. Do ponto de vista da política, temos debates sobre essa questão no âmbito do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. É um tema que afeta as famílias”, disse a ministra.
A chefe da pasta dos Direitos Humanos se mostrou preocupada com o aumento das propagandas de apostas, especialmente durante a transmissão de partidas de futebol, momento em que há grande audiência. “No horário do futebol na TV, o tempo todo, estamos vendo propaganda disso. Isso me preocupa de sobremaneira. Temos de aprender a lidar com essa questão. A ver quais mecanismos serão adotados, a partir dos debates nos ministérios sobre regulação e sobre como garantir a proteção de crianças, adolescentes e famílias”, ressaltou.
Em relação ao uso do Bolsa Família em bets, Macaé disse acreditar que a prática não deve ser tão comum, porque, geralmente, quem é responsável por administrar esse recurso na casa são as mulheres. “Todos sabemos que as mulheres são mais comedidas no uso do dinheiro da família”, concluiu.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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