No último dia 19, em reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o ONS recomendou ao MME a adoção do adiantamento dos relógios em uma hora, prática suspensa no Brasil desde 2019.
O motivo seria a elevação de previsão para carga nacional de energia em setembro, se comparado ao ano anterior, combinada com um menor nível dos principais reservatórios de hidrelétricas, devido a longo período de estiagem em diversas áreas do país.
Segundo nota do ONS, se adotado agora, o horário de verão contribuiria para maior eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN) durante a noite, especialmente entre 18h e 20h. Nesse período, além da saída de geração solar centralizada, há aumento de demanda por energia. A mudança traria uma redução de até 2,9% da demanda máxima, o que geraria economia de aproximadamente R$ 400 milhões entre outubro e fevereiro.
Apesar de informar que o governo federal avaliaria a possibilidade nos dez dias seguintes, o ministro de Minas e Energia afirmou que o assunto será pensado a longo prazo, para 2025 ou 2026. De acordo com ele, não há necessidade de retomada da prática neste ano, uma vez que reservatórios hidrelétricos e fontes renováveis seriam suficientes para garantir o fornecimento de energia. Passados 12 dias da reunião, até esta terça-feira (1º) não há novo pronunciamento.
Silveira afirmou, na reunião do CMSE, que não há chance de crise energética em 2024. Reiterou, porém, que é preciso prestar atenção na demanda, de acordo com nota publicada pelo Ministério no último dia 23. “Devemos cuidar para que não tenhamos nenhum evento pontual em especial nos horários de ponta”, diz trecho.
Em evento no dia 23, Alckmin corroborou a afirmação do MME sobre não existir risco de faltar energia e defendeu que não haja alterações no horário antes das eleições municipais, que ocorrem neste domingo (6). Apesar disso, ele acredita que o estudo é necessário e que há benefícios na mudança. “Precisa verificar o quanto ajuda, mas um pouco ajuda, ajuda a poupar mais”, disse.