SAÚDE PÚBLICA

Não há nenhum produto à base de fenol regularizado para peelings, diz Anvisa

Agência reguladora mantém proibição do uso de fenol em procedimentos estéticos, reforçando segurança de pacientes

Uso de substância permanece restrito a contextos laboratoriais ou em práticas médicas específicas -  (crédito: Acervo pessoal)
Uso de substância permanece restrito a contextos laboratoriais ou em práticas médicas específicas - (crédito: Acervo pessoal)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a proibição do uso de fenol em procedimentos estéticos, como peelings químicos profundos. A substância, amplamente conhecida por seu efeito cáustico, não está regularizada para esse tipo de aplicação e seu uso permanece restrito a contextos laboratoriais ou em práticas médicas específicas, devidamente regulamentadas.

De acordo com o órgão regulador, a proibição é clara e se aplica exclusivamente ao uso do fenol em tratamentos estéticos, sem interferir em outras utilizações médicas ou laboratoriais.

Entre os produtos que permanecem autorizados estão:

  • Dordente
  • Auris-sedina
  • Pomada de Erva de Bicho
  • Adrenalina 
  • Hamamélis Composta Imescard
  • Syrex
  • Paramonoclorofenol Canforado
  • Fenois 
  • Paramonoclorofenol

Todos utilizados em contextos laboratoriais ou odontológicos.

Apesar de ser reconhecido por seus resultados eficazes no tratamento de rugas, manchas e cicatrizes, o fenol apresenta uma toxicidade considerável, o que sempre exigiu cautela por parte dos profissionais de saúde. Para a dermatologista Natassi Pizani, o uso do fenol em procedimentos estéticos demanda cuidados rigorosos.

“É um procedimento que deve ser executado apenas por médicos capacitados para tal. Trata-se de um peeling profundo, que exige uma série de cuidados tanto pré como pós-procedimento”, explicou. Segundo Natassi, o preparo do paciente envolve exames prévios, semelhantes aos realizados antes de uma cirurgia, para garantir sua segurança.

A medida da Anvisa, entretanto, gerou descontentamento entre alguns profissionais da área estética. A esteticista e cosmetóloga Gabriela Oliveira contou ao Correio que pretendia incorporar o fenol em seus procedimentos de rejuvenescimento, antes da proibição.

“Quando o uso dessa substância era permitido, havia uma expectativa alta em torno dos resultados que ela poderia oferecer, especialmente em termos de rejuvenescimento e correção estética. Seus benefícios superavam os riscos, e muitos profissionais, incluindo eu, enxergavam nela uma ferramenta valiosa”, contou Gabriela, que acredita na capacidade dos esteticistas em manusear a substância de forma segura.

A posição da Anvisa, no entanto, permanece firme quanto à necessidade de restringir o uso do fenol apenas a profissionais médicos habilitados, garantindo, segundo a agência, que os protocolos de segurança sejam seguidos à risca. 

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

 

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postado em 21/10/2024 16:20 / atualizado em 21/10/2024 16:20
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