Rio Grande do Norte

Infecção em mutirão de catarata ocorreu por falha em higienização, diz MP

Mutirão de cirurgias de catarata resultou na infecção de 15 pacientes em Parelhas, a 245 km de Natal. Ministério Público do Rio Grande do Norte abriu um inquérito sobre o caso

Em coletiva de imprensa, o órgão informou que embora ainda não se saiba a causa exata ou se houve falha humana, já está claro que o município é responsável e deverá responder civilmente -  (crédito: Prefeitura de Três Barras SC/Divulgação)
Em coletiva de imprensa, o órgão informou que embora ainda não se saiba a causa exata ou se houve falha humana, já está claro que o município é responsável e deverá responder civilmente - (crédito: Prefeitura de Três Barras SC/Divulgação)

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) apontou, nesta sexta-feira (18/10), que falhas na higienização, durante um mutirão de cirurgias de catarata realizado pela Prefeitura de Parelhas, a 245 km de Natal, no Rio Grande do Norte, no fim de setembro, causaram infecções oculares nos pacientes. Das 20 pessoas atendidas, 15 contraíram endoftalmite e nove perderam o globo ocular. A prefeitura terá que indenizar os pacientes afetados, segundo o MPRN, que abriu um inquérito sobre o caso. 

Em coletiva de imprensa, o órgão afirmou que evidências indicam erros nos processos de higienização e de esterilização do ambiente cirúrgico. A promotora Ana Jovina ressaltou que, embora ainda não se saiba a causa exata ou se houve falha humana, já está claro que o município é responsável e deverá responder civilmente. 

“De fato, houve uma falha na higienização e esterilização no ambiente. Nós não sabemos ainda qual foi o instrumento que estava infectado e não sabemos se foi uma falha humana, mas com as evidências que temos, é possível dizer que houve uma falha na higienização”, frisou Jovina.

  • Leia também: Sete pessoas ficam cegas após contaminação por fungo em mutirão de cirurgias 

Eleições

O mutirão ocorreu nos dias 27 e 28 de setembro, a 10 dias do primeiro turno das eleições. A promotora informou que o Ministério Público também investigará se houve uso indevido da máquina pública, apesar de o evento não ser proibido durante o período eleitoral. “Ou seja, a máquina administrativa, ao realizar esse mutirão de cirurgia, tinha ou não um interesse eleitoreiro e não apenas a continuidade dos serviços públicos e essenciais de saúde? Tudo isso será visto com base na análise que será feita de todo o conteúdo probatório que já foi condensado”, apontou. 

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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postado em 18/10/2024 16:29 / atualizado em 18/10/2024 16:29
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