Oriente Médio

Brasil "dá carona" a estrangeiros repatriados em voos da FAB

Brasileiros já foram ajudados por outras nações em momentos de tensão, como no Sudão em 2023, quando cidadãos do Brasil conseguiram deixar o país em voos internacionais

Governo brasileiro afirmou ao Correio que o Brasil está fazendo um esforço para acomodar os vizinhos e trazê-los de volta; até o momentos foram repatriados dois uruguaios e seis paraguaios -  (crédito:  Ricardo Stuckert / PR)
Governo brasileiro afirmou ao Correio que o Brasil está fazendo um esforço para acomodar os vizinhos e trazê-los de volta; até o momentos foram repatriados dois uruguaios e seis paraguaios - (crédito: Ricardo Stuckert / PR)

Brasileiros e suas famílias estão sendo repatriados do Líbano, em meio à escalada do conflito entre Israel e o Hezbollah na região. Desde o início da operação, no fim de semana, a Força Aérea Brasileira resgatou, também, estrangeiros a pedido de seus países. Os dois primeiros voos brasileiros que deixaram Beirute rumo a São Paulo trouxeram dois cidadãos uruguaios e seis paraguaios.

O Ministério das Relações Exteriores destacou que esse tipo de cooperação internacional em tempos de crise é comum. "Eles foram incluídos a pedido de seus governos para que fossem contemplados. Entraramm na lista de espera, foram avaliados dentro dos critérios de priorização. É importante observar que esse tipo de cooperação entre os países é comum em situações de crise como essas, para poder apoiar os seus nacionais", reforçou ao Correio.

O Itamaraty disse ainda que não é possível confirmar se no terceiro voo, que deixou a capital libanesa na manhã desta quinta-feira (10/10), há estrangeiros, mas frisou que o Brasil faz um esforço para acomodar os vizinhos e trazê-los de volta. "Nós mesmos já nos beneficiamos, em campanhas de repatriação. No Sudão no ano passado, foi uma crise delicada e os brasileiros saíram com a ajuda de outros países e organizações internacionais. Naquela ocasião, o Brasil não destacou um voo pelo número reduzido de brasileiros no país", explicou a pasta.

As colaborações internacionais têm ocorrido até mesmo agora no Líbano, tendo em vista que os cinco primeiros refugiados brasileiros conseguiram sair do país com a ajuda de Portugal, lembrou o ministério.

Repatriados estrangeiros

Os estrangeiros paraguaios e uruguaios que chegaram ao país tiveram o status de repatriados e não fizeram pedido de refúgio, segundo o Ministério da Justiça.

“Considerando o perfil das pessoas repatriadas, brasileiros, familiares diretos e residentes de países do Mercosul, a Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) informa que não foi identificada nenhuma necessidade de regularização migratória adicional, pois todos já estão cobertos pela legislação existente atualmente. Portanto, não houve situação de pedido de refúgio. Uma vez desembarcados no Brasil, quer sejam brasileiros ou não nacionais, todos têm direito à livre circulação em território nacional”, informou a pasta.

Situação de nossos vizinhos

Ao Correio, a Embaixada do Uruguai em Beirute afirmou que as duas mulheres resgatadas já foram trasladadas até o país e se encontram em "boas condições".

“Informamos que duas cidadãs uruguaias voltaram desde Líbano em voo da Força Aérea Brasileira, atendendo uma solicitação do governo do Uruguai. Após o pedido, as duas nacionais uruguaias, que tinham manifestado interesse em sair por conta do conflito na região, ingressaram em lista de espera para acessar o voo até São Paulo, que ocorreu em dias passados. As duas pessoas já foram trasladadas até o Uruguai e se encontram em boas condições”, comunicou.

A reportagem tentou entrar em contato com a Embaixada do Paraguai, mas não obteve respostas até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

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postado em 10/10/2024 16:58 / atualizado em 10/10/2024 16:59
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