Nas redes sociais, o cantor negou envolvimento no caso
- (crédito: Redes Sociais )
Um relatório produzido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelou as condições de alojamentos onde funcionários de uma fazenda do cantor Leonardo viviam. O sertanejo foi inserido na "lista suja" do MTE na última segunda-feira (7/10).
Os trechos do documento, divulgados pelo g1, mostravam que os seis trabalhadores resgatados, incluindo um adolescente de 17 anos, viviam em condições análogas à escravidão na fazenda localizada em Jussara (GO) e dormiam em locais precários, sem banheiros e com camas improvisadas.
O relatório dá conta ainda de que havia uma infestação de morcegos e muitas fezes no local.
Veja fotos do local
De acordo com o relatório, embora esses trabalhadores também estivessem sem registro e sem acesso a direitos trabalhistas, suas condições não foram consideradas degradantes o suficiente para serem classificadas como trabalho análogo à escravidão.
Reprodução/MTE
Para beberem água, os trabalhadores tinham que caminhar até a sede da Fazenda Lakanka, a 2 km de distância, carregando garrafas emprestadas pelo arrendatário.
Reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
Os fiscais constataram que a única água disponível para os trabalhadores vinha de um poço sem manutenção, com a tampa quebrada, permitindo a entrada de animais, o que podia causar algum tipo de contaminação.
Reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
Sem chuveiros, eles improvisaram uma mangueira conectada a uma bomba de água, que causava choques elétricos ao desligá-la. O item também era usado para lavar as roupas, já que não havia outro acesso à água.
montagem/reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
O banheiro estava inutilizável, imundo e abandonado, forçando os trabalhadores a defecar próximo a árvores nas áreas externas.
montagem/reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
Durante a inspeção, os fiscais constataram que o local apresentava infestação de morcegos e formigas, com fezes em todos os cômodos, além de já ter tido cobras e escorpiões.
Reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
O documento também revelou que o dormitório foi improvisado pelos próprios funcionários, que chegavam a usar tábuas de madeira encontradas na região como suporte para os colchões.
Reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
A construção estava em mau estado de conservação, com telhas fora do lugar, permitindo a entrada de água da chuva. Por conta disso, os pertences dos trabalhadores chegavam a ficar molhados.
Reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
Segundo os fiscais, os seis funcionários dormiam em uma casa abandonada a 2 km da sede da Fazenda Lakanka.
Reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
De acordo com o relatório, obtido pelo g1, os fiscais relataram que os alojamentos dos funcionários não tinham banheiros, as camas eram improvisadas, além de ter infestação de morcegos e fezes.
Reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
Ao todo, 18 pessoas trabalhavam no local, incluindo um adolescente de 17 anos. A fiscalização ocorreu em novembro de 2023, mas a lista só foi divulgada nesta segunda-feira (7/10).
Reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
Os agentes resgataram seis trabalhadores em condições de trabalho análogas à escravidão no local.
Reprodução/Relatório Fotográfico da Inspeção
Nome na "lista suja"
A inserção de Leonardo na lista ocorreu após uma fiscalização realizada pelo MTE na fazenda Talismã, em Jussara (GO), região noroeste de Goiás. De acordo com o documento divulgado nesta segunda-feira, foram encontrados seis trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Em resposta ao Correio, a assessoria do cantor afirmou tratar-se de funcionários de outra pessoa que arrendou parte da propriedade para o plantio de soja. Ela também conta que o caso já foi resolvido pela Justiça.
Leonardo nega relação com caso
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Leonardo se pronunciou sobre o caso. Na publicação, o cantor sertanejo diz estar "triste e surpreso" com a decisão.
O cantor diz ter vendido a fazenda para um arrendatário, que tinha permissão para plantar soja, milho e o que mais quisesse. Após isso, Leonardo relata o surgimento de funcionários que não conhecia e não sabia quem os teria contratado.
Leonardo diz ter recebido uma visita do Ministério Público na fazenda Lakanka — onde é proprietário e a qual foi arrendada — e ter recebido uma multa, que teria sido paga e arquivada. "Até aí, a gente respeita o Ministério Público e tudo mais, mas essa multa para mim. A gente acertou tudo, inclusive já está arquivada. Já foi tudo acertado, pagamos a multa", disse.
"Não conheço quem estava lá naquelas casinhas, nem quem os colocou lá, porque, gente, eu já plantei tomate. Eu sei como é a vida, é difícil, e do fundo do meu coração, jamais faria algo assim, entenderam?", completou. Para o cantor, há um equívoco sobre a atuação dele. “Eu não me misturo nessa lista que eles fizeram de trabalho escravo, sou totalmente contra esse tipo de coisa", afirmou no vídeo.