ACESSIBILIDADE

"Pensando no futuro dos meus netos", conta idosa que foi votar acamada em Rondônia

Graças a serviço de acessibilidade do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, Diana Fortini, de 73 anos, pôde exercer direito à cidadania

Com 73 anos, Diana Maria Costa Fortini exerceu direito de voto, mesmo acamada, graças a serviço de acessibilidade do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia -  (crédito: Andreia Fortini/Acervo pessoal)
Com 73 anos, Diana Maria Costa Fortini exerceu direito de voto, mesmo acamada, graças a serviço de acessibilidade do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia - (crédito: Andreia Fortini/Acervo pessoal)

Com 73 anos, Diana Maria Costa Fortini não era obrigada a votar, por conta da idade. Ainda assim, fez questão de comparecer à Escola Estadual José Otino de Freitas, em Porto Velho, Rondônia, neste domingo (6/10), para exercer o direito nas eleições municipais. Ela contou, com exclusividade, ao Correio a importância deste momento.

Diana Fortini chegou ao local de votação em uma ambulância disponibilizada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) e foi até a cabine acompanhada por auxiliares, onde não saiu da maca em que estava acamada para votar. Nas redes, ganhou notoriedade pela fala que proferiu após o voto: “Uma das poucas liberdades que me restam, e eu vou exercer”. 

Veja vídeo:

Acamada há 11 anos, Dona Diana não consegue se sentar ou andar. Apesar disso, é a segunda vez que ela vota, graças a transporte e apoio garantidos pelo TRE-RO, que oferece serviços gratuitos de acessibilidade para pessoas com deficiência que precisam chegar aos locais de votação. 

Ela contou, com exclusividade para o Correio, sobre a motivação que a levou a fazer esse esforço: “É porque eu estou vendo que o Brasil tem jeito”, comenta. "Estou pensando no futuro dos meus netos.” 

Ela parabeniza e agradece ao TRE-RO pela iniciativa de acessibilidade. “O TRE que me deu suporte de fazer meu exercício de cidadania, que eu sempre quis.” E comenta que, se todos os órgãos funcionassem como este, teria uma “velhice mais tranquila”.  

Eu votei e gostaria que todo mundo que está em casa, que tem condições de votar, que se preocupasse com o futuro dos netos, bisnetos, seja lá quem for, e fosse votar para mudar esse país”, pede.  

E ela reforça que não foi pressionada para votar. "Ninguém me obrigou [a ir votar]; eu que quis, eu que obriguei a minha filha a ir a primeira vez”, relembra. “Quem diz que eu não tenho nada o que fazer, eu tenho muito o que fazer, principalmente pensar que me sinto responsável pelos meus netos e pelas minhas filhas.” 

A jornalista Andreia Fortini, filha de Diana, comentou que, apesar de acamada, a mãe é muito ativa e faz peças de crochê, as quais ela e as irmãs vendem por ela em feiras da cidade.  

Andreia reitera que não obrigou a mãe a ir votar, e que ela não foi em nome de nenhum candidato, mas “por ela mesma”. Nas redes sociais, a filha demonstrou o orgulho que sente pela genitora.: “Apoio e faço de tudo para que ela exerça seu direito de cidadania”, escreveu. “Ela me inspira pela força de vontade", completou. 

É possível se cadastrar e agendar transporte e apoio gratuitos oferecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia por meio dos números 148 ou 0800-148-0148, este último gratuito, ou pelo e-mail acessibilidade@tre-ro.jus.br. 

Ainda é possível avisar ao mesário sobre necessidades especiais na hora da votação, caso o agendamento não tenha sido feito.

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postado em 06/10/2024 17:37
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