Cid Moreira, que nos deixou nesta quinta-feira (3/10) aos 97 anos, emocionou o Brasil na noite de 18 de agosto de 1987. Na véspera, o país havia perdido um dos seus grandes poetas: o mineiro Carlos Drummond de Andrade.
E o Jornal Nacional quebrou as próprias regras para homenagear Drummond. Em vez do tradicional "Boa noite", Cid Moreira encerrou o telejornal em pé com uma emocionante declamação do poema José.
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A homenagem é considerada um dos momentos mais marcantes da carreira de Cid Moreira e um quebra de paradigma histórico na televisão brasileira. Drummond morreu aos 84 anos, de insuficiência respiratória, em consequência de um infarto. A notícia ocupou os dois últimos blocos do Jornal Nacional.
Em entrevista projeto Memória Globo, Cid Moreira relembrou o dia. "Quando o Carlos Drummond de Andrade morreu, fizemos um 'boa noite' diferente. No final do jornal, sussurrei: 'E agora?' Senti vontade de fazer aquilo, e fiz. E ninguém esperava isso. Fizeram uma fila para me cumprimentar, e até hoje me sinto honrado", disse. "O Alexandre Garcia, o Paulo Henrique Amorim, o Armando Nogueira, enfim, todo mundo fez fila para me abraçar. ‘Que jogada!’, disseram. Tenho isso dentro de mim", relembrou o apresentador.
Cid Moreira morreu às 8h desta quinta de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, desde 4 de setembro, quando deu entrada com insuficiência renal crônica — antes, vinha tratando de uma pneumonia em casa.
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