O delegado de classe especial Mauro Guimarães Soares, de 59 anos, morreu após ser baleado no peito durante uma tentativa de assalto, na manhã deste sábado (21/9), na Vila Romana, zona oeste de São Paulo. Ele caminhava na Rua Caio Graco com mulher, Ana Paula Batista Ramalho Soares, que também é policial, e reagiu ao ser abordado por dois homens numa moto.
Um dos suspeitos, Enzo Wagner Lima Campos, de 24 anos, foi baleado duas vezes pelo delegado e caiu na calçada, sendo imobilizado por Ana Paula. Campos tinha saído da prisão havia menos de quatro meses, após receber a autorização judicial para trocar o regime fechado pelo albergue domiciliar, em que o condenado precisa se recolher em casa à noite e não pode deixar a cidade sem avisar a Justiça.
O comparsa, ainda não identificado, fugiu correndo. À tarde, o helicóptero Águia, da Polícia Militar, sobrevoava a região para tentar encontrá-lo. O caso foi registrado como latrocínio no 91.º Distrito Policial (Ceasa). Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) lamentou a morte do delegado e informou que Campos já havia sido preso em flagrante quatro vezes por crimes de roubos patrimoniais com uso de arma de fogo.
O casal vivia no bairro, a pouco metros do local do assalto, e o intuito dos bandidos seria roubar uma correntinha de ouro do delegado.
Um vídeo compartilhado por moradores mostra o momento da abordagem. Nele, um homem para uma motocicleta atrás de uma van. Quando o casal se aproxima, um dos homens vai em direção à calçada e aparenta anunciar o assalto. Nesse momento, uma mulher com um carrinho de bebê que estava a poucos metros de distância consegue mudar de direção e sair rapidamente. Na sequência, há disparos.
O caso ocorreu a poucos metros de distância do 7.º Distrito Policial (Lapa), na Rua Camilo. Perto dali, funcionam também a 1.ª Companhia do 4.º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, na Rua Vespasiano, e um outro Posto Policial na Rua Espártaco. Mesmo assim, a Rua Caio Graco e suas imediações são pontos de atenção para roubos na região entre Lapa e Perdizes.
Homenagens
Mauro Guimarães Soares era delegado do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com experiência em diversos departamentos e delegacias da Grande São Paulo, como de Barueri e Sorocaba. Era de classe especial, a faixa mais alta da carreira e pertencia a uma tradicional família de policiais.
Seu irmão, o delegado Maurício Guimarães Soares, foi diretor do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). Os dois são filhos do delegado Acrisio Soares, da cúpula da polícia nos anos 1980. Sua mulher, Ana Paula, foi subdelegada geral e dirigiu a Academia de Polícia Doutor Coriolano Nogueira Cobra (Acadepol).
O delegado recebeu homenagens de colegas e políticos. "Todos os culpados serão presos e devidamente punidos. Meus sinceros sentimentos à família, amigos e toda a corporação", escreveu o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) em suas redes sociais. Já o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite (PL-SP), disse: "Que Deus abençoe os familiares, amigos e colegas".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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