MEIO AMBIENTE

"Chuvas pretas" podem ser tóxicas e têm riscos, alerta especialista

Desde o início de 2024, o Brasil já registrou 172.815 focos de fogo e as queimadas começam a afetar a água da chuva

Número de focos de incêndio no país aumentou e especialistas alertam sobre os riscos das fuligens  -  (crédito: CARLOS FABAL / AFP)
Número de focos de incêndio no país aumentou e especialistas alertam sobre os riscos das fuligens - (crédito: CARLOS FABAL / AFP)

Nesta quinta-feira (12/9) pela manhã, a MetSul Meteorologia alertou que todos os estados da região Sul e São Paulo podem ter “chuva preta”. Esse fenômeno ocorre por conta do acúmulo de fuligem proveniente dos incêndios em todo país, em especial da região da Amazônia Legal Ocidental.

Desde o início de 2024, o Brasil já registrou 172.815 focos de fogo, segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Por conta disso, os níveis CO2 e fuligem na atmosfera cresceram drasticamente, deixando milhares de municípios cobertos de fumaça.

Nesta quarta-feira (11), o Rio Grande do Sul já teve alguns registros dessas chuvas e no alerta do MetSul foi informado que todas as regiões do Rio Grande do Sul poderão voltar a ter registros da “chuva preta”. Na sexta-feira (13), a frente fria deve se espalhar para Santa Catarina, Paraná e São Paulo, que já registrou “chuva de fuligem” em Osasco, na Zona Oeste da cidade.

Os riscos da "chuva preta" para a saúde

A doutora em ecologia e coordenadora do curso de ciências biológicas da Universidade Católica de Brasília Morgana Bruno explica que muitas substâncias são liberadas com os incêndios florestais, como monóxido de carbono, compostos orgânicos voláteis, metais pesados, óxidos de nitrogênio e também ozônio. “Essas substâncias são carregadas com os ventos e, quando chove, voltam com a água para o solo, lagos, rios e outros mananciais, podendo provocar contaminação, acidificação ou desequilíbrios químicos nesses sistemas”, ressalta.

“A contaminação do solo e reservatórios pode prejudicar a fauna e a flora, pois pode ser tóxica e levar a morte dos organismos, ou a uma menor eficiência metabólica para que consigam desenvolver as atividades básicas para a sobrevivência”, complementa Morgana.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes

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postado em 12/09/2024 19:12 / atualizado em 13/09/2024 18:50
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